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Filme do Dia: Sargento Garcia (2000), Tutti Gregianin

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S argento Garcia (Brasil, 2000). Direção: Tutti Gregianin. Rot. Adaptado: Tutti Gregianin, baseado no conto de Caio Fernando Abreu. Música: Ricardo Severo. Montagem: Fábio Lobanowsky. Dir. de arte: Denise Zelmanovitz. Com: Gedson Castro, Marcos Breda, Antônio Carlos Falcão, Diego Acauan. Hermes (Castro) sofre uma série de humilhações diante dos outros rapazes em meio ao exame de saúde seletivo para o ingresso no Exército. O autor das humilhações, Sargento Garcia (Breda), acaba lhe oferecendo uma carona após o exame e lhe seduzindo, levando a um motel administrado pela travesti Isadora (Falcão), onde Hermes vivencia sua primeira experiência sexual. Apesar das desnecessárias inserções um tanto quanto óbivas que remetem à culpa do protagonista e o sofrimento que lhe provocou a sua sensibilidade homossexual até então, sob a forma de flashes, esse curta-metragem conseguiu uma boa adaptação do conto de Abreu (a anos-luz de distância do sofrível longa-metragem Aqueles Dois) , onde o t

Filme do dia: Brasileiros em Hollywood (1970), Salvyano Cavalcanti de Paiva

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B rasileiros em Hollywood (Brasil, 1970). Direção: Salvyano Cavalcanti de Paiva. Fotografia: André Palluch. Segundo a narração desse curta um tanto acadêmico, os dois brasileiros pioneiros foram Syn de Conde e Antonio Rolando (1896-1943), que trabalharam como atores entre o final dos anos 10 e idos da década seguinte. Apesar do triunfo referido pelo narrado, de ambos, ao apresenta-los contracenando com celebridades da época, não apenas os papéis dos dois foram habitualmente secundários (Syn de Conde chega a sequer ser creditado em algumas de suas primeiras fitas, o que era comum então) como aparentemente Rolando teve uma única participação em um filme Hollywoodiano. De toda forma, antes da eclosão do cinema sonoro, estavam de volta ao Brasil. Olympio Guilherme (1902-73) e Lia Torá (1907-72) foram o rapaz e moça ganhadores do concurso da Fox efetuado no Brasil para uma possível carreira hollywoodiana. Apesar de acadêmico, o documentário sofre pela ausência de créditos dos filmes qu

Filme do Dia: Melodia de uma Vida (1999), Paola di Florio

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M elodia de uma Vida ( Speaking in Strings , EUA, 1999). Direção: Paola di Florio. Fotografia: Peter Rader. Música: Karen Childs. Montagem: Ellen Goldwasser. Com: Nadja Salerno-Sonnenberg. Esse documentário relata   algo da irrequieta e excêntrica personalidade da violinista Nadja Salerno-Sonnemberg que, ao contrário do que é habitualmente praxe no mundo da música erudita, expressa todas as emoções que sente no momento em que toca, através de movimentos corporais ou das freqüentes lágrimas. Deixando de lado a música, o documentário detêm-se apenas na relação peculiar que Nadja vivencia com a mesma, que divide a opinião dos críticos musicais, alguns a acusando de ofuscar os compositores com sua personalidade. Tendo vivenciado uma infância traumática por sua paixão precoce pela música clássica e o abandono do pai quando possuía dois anos, acompanhamos Nadja em encontros com a família,   momentos de depressão, assediada por um admirador desequilibrado, reencontrando colegas de escola

The Film Handbook#211 G.W. Pabst

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G.W. Pabst Nascimento: 27/08/1885, Raudnitz, Tchecoslováquia Morte: 29/05/1967, Viena, Áustria Carreira (como diretor) : 1923-1956 Conceituado, ambicioso e tecnicamente sólidos, os primeiro filmes alemães de George Wilhelm Pabst parecem menos impressionantes com o passar dos anos, embora sua obra posteriormente tenha sido grandemente negligenciada. Apesar de ter sido aclamado por sua perspicácia psicológica e comprometimento humanista, muitos de seus filmes agora parecem meramente eficientes, notáveis, sobretudo, por suas interpretações fortes e uma auto-confiante criação de atmosfera. Pabst passou quinze anos atuando e dirigindo para o teatro antes de se voltar ao cinema como assistente de diretor e roteirista. Sua estreia  no longa metragem,   O Tesouro / Der Schatz , foi um exercício expressionista, enquanto Rua sem Alegria / Die Freudlose Gasse > 1 , realizado dois anos após, e estrelado por Greta Garbo e Asta Nielsen, foi louvado por sua comparação relativamente realis

Filme do Dia: Mulheres Diabólicas (1995), Claude Chabrol

Mulheres Diabólicas ( La Cérémonie , França/Alemanha,1995). Direção: Claude Chabrol. Rot. Adaptado: Claude Chabrol, baseado no romance de Ruth Rendell,  A Judgment in Stone , de Ruth Rendell. Fotografia: Bernard Zitzermann. Música: Matthieu Chabrol. Montagem: Monique Fardoulis. Dir. de arte: Daniel Mercier.  Figurinos: Corinne Jorry. Com: Sandrine Bonnaire, Isabelle Huppert, Jacqueline Bisset, Jean-Pierre Cassel, Virginie Ledoyen, Valentin Merlet, Julien Rochefort.         Sophie (Bonnaire) encontra-se com a sua futura patroa Catherine Lelievre (Bisset) e decide trabalhar com ela. Sophie é bem aceita pela família Lelievre, que mora em uma luxuosa residência, pouco levando em conta seu comportamento ocasionalmente estranho. Sophie torna-se amiga de Jeanne (Huppert), funcionária do correio, que não é benquista pelo patrão de Sophie, George (Cassel), a quem acusa de violar constantemente sua correspondência e ser considerada como suspeita de ter assassinado a própria filha. Tornando-s

Filme do Dia: Soneca (1951), Jack Kinney

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S oneca ( Lion Down , EUA, 1951). Direção: Jack Kinney. Rot. Original: Dick Kinney & Milt Schaffer. Música: Paul J. Smith. Talvez o maior encanto desse curta seja o de se assumir o absurdo enquanto tal. Pateta traz uma árvore do campo para sua cobertura, com o intuito de estender sua rede e curtir uma soneca. Porém, mal sabe ele que está levando juntamente com a árvore, um leão que estava fazendo uso da árvore justamente para tirar sua soneca. A partir daí uma série de situações envolvendo a posse da rede ocorre, com o leão jogando várias vezes Pateta prédio abaixo. O mais interessante é que a aqui não se pretende justificar de forma alguma os constantes reaparecimentos do personagem e tampouco se escuta qualquer estrondo relativo a queda do personagem ou o habitual toldo que o salvaria – ao contrário de Pateta, observamos a reação “física” da queda do leão a determinado momento. Percebe-se uma dimensão quase ou mesmo tributária da comédia muda, sobretudo Harold Lloyd. A rede

Filme do Dia: Industrial Britain (1931), Robert Flaherty

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I ndustrial Britain (Reino Unido, 1931). Direção: Arthur Elton, Robert Flaherty & Basil Wright.  Fotografia: Arthur Elton & Basil Wright. O que talvez mais chame a atenção nesse curta documental que pretende glorificar a modernidade da indústria britânica seja a face humana que esse processo de industrialização é representado. Apresentando, principalmente no início, ofícios que envolvem uma boa dose de habilidade artesanal de seus praticantes, como dar forma ao vidro, e esses operários sendo visualizados de corpo inteiro, o filme se afasta da fetichização com relação ao maquinário dos curtas institucionais brasileiros produzidos à época de Vargas. Algo que fica patente no seu climático final onde se destaca exclusivamente os rostos e corpos desses trabalhadores. Existe momentos em que a glória dos feitos de engenharia, como a de uma ponte, assim como múltiplas chaminés que surgem em mais de um momento do filme, emergem enquanto façanhas descoladas dos trabalhadores que as