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Filme do Dia: O Regador Regado (1895), Louis Lumière

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O   Regador Regado ( L´Arroseur Arrosé , França, 1895). Direção: Louis Lumière. Tida como a primeira comédia da história do cinema, apresenta um jardineiro que rega as plantas e se vê surpreendido pela falta de água que somente nós, espectadores, sabemos se tratar de um jovem que prende o fluxo da água com seu pé. Ao investigar o que acontece com a mangueira, o jovem retira o pé dela e o regador se torna regado como faz menção o título original. Detalhe para o fato de ao buscar o garoto para lhe dar um castigo pela brincadeira ( e traze-lo igualmente para mais próximo da câmera) já existe uma exploração básica da profundidade de campo. Assim como para o fato de que, apesar de Lumière ter sido identificado, sobretudo, como um elemento fundamental para se pensar no registro de imagens mais vinculado ao espírito documental do cinema do que propriamente à ficção (identificada com a obra de Méliès), o filme apresenta aqui uma visível encenação que em muito transcende o desejo de mero

Filme do Dia: Mandrágora (1952), Arthur Maria Rabenalt

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M andrágora ( Alraune , Al. Ocidental, 1952). Direção: Arthur Maria Rabenalt. Rot. Adaptado: Kurt Heuser, a partir do romance de Hanns Heinz Elwers. Fotografia: Friedhl Behn-Grund. Música: Werner R. Heymann. Montagem: Doris Zeltmann. Cenografia: Robert Herlth. Figurinos: Herbert Ploberger. Com: Hildegard Knef, Erich von Stroheim , Karlheinz Böhm, Harry Meyen, Rolf Henniger, Harry Halm, Hans Cossy, Gardy Brombacher. Alraune (Knef) foge do convento, e quando o professor e cientista Jakob ten Brinken (von Stroheim), seu responsável, vai conversar com as freiras, essa já se encontra em sua residência, onde desperta de imediato a atenção de Frank Braun (Böhm) e quando esse alerta sobre ela aos amigos Wolf (Henniger) e o Conde Geroldingen (Meyen), esses também se sentem magnetizados por ela. Quando ela marca um encontro com o Conde, mesmo sob chuva forte, e faz com que o cocheiro Matthieu (Cossy) vá deixa-la, os cavalos disparam de uma forma que o cocheiro não consegue dominar e ela sa

Filme do Dia: Van Gogh (1948), Alain Resnais

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V a n Gogh (França, 1948). Direção e Montagem: Alain Resnais. Rot. Original: Gaston Diehl & Robert Hessens, a partir da ideia do primeiro, baseada na história de vida do pintor. Fotografia: Henry Ferrand. Música: Jacques Besse. Várias produções já buscaram tirar partido do caráter único da obra pictórica de Van Gogh. Em alguns casos ficou-se com a evocação dos tons de sua paleta ( Sede de Viver ) ou mesmo a busca da reprodução mimética de seus quadros (um dos episódios de Sonhos , de Kurosawa ). Noutras, a própria estética do realizador é utilizada como principal componente visual como no longa de animação Com Amor, Vincent . Aqui, a trajetória biográfica do artista surge a partir de sua própria obra e estritamente preso a ela, em termos visuais. Tendo realizado uma série de curtas sobre pintores aos quais renegaria pouco após, Resnais talvez consiga o seu primeiro enfrentamento criativo digno de nota, conseguindo pela primeira vez algum reconhecimento crítico (o filme ganhar

Filme do Dia: Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão (1982), Woody Allen

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Sonhos Eróticos de uma Noite de Verão ( A Midsummer Night´s Sex Comedy , EUA, 1982). Direção e Rot. Original: Woody Allen. Fotografia: Gordon Willis. Montagem: Susan E. Morse. Dir. de arte: Mel Bourne. Figurinos: Santo Loquasto.  Com: Woody Allen, Mia Farrow, José Ferrer, Julie Hagart, Tony Roberts, Mary Steenburgen.          No início do século XX, Andrew Hobbes (Allen) canaliza toda sua energia para inventos excêntricos, inclusive uma máquina que pretende averiguar a existência de espíritos, já que sua vida sexual com a esposa Adrian (Steenburgen) é grandemente insatisfatória. Um final de semana com alguns convidados provoca um rebuliço na vida do casal e dos casais convidados: o médico conquistador Maxwell Jordan (Roberts) e a enfermeira Dulcy (Hagart) e o primo da esposa de Adrian, o filósofo Leopold (Ferrer) e Ariel Weynmouth (Farrow). Ariel não só já tivera proximidade de Andrew para lhe provocar uma paixão platônica como, ao mesmo tempo, desperta o interesse de Maxwell, qu

O Dicionário Biográfico de Cinema#9: Bertrand Blier

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Bertrand Blier n. Paris, 1939 1962: Hitler?... Conais Pas! (d). 1967:Si J'étais un Espion: 1974: Corações Loucos / Les Valseuses . 1975: Calmos . Preparem seus Lenços / Préparez vos Mouchoirs . 1979: Coquetel de Assassinos / Buffet Froid . 1981: A Filha da Minha Mulher / Beau-Pére . 1983: A Mulher do Meu Melhor Amigo / La Femme de Mon Pote . 1984: Quartos Separados / Notre Histoire . 1986: Meu Marido de Batom / Tenue de Soirée . 1989: Linda Demais para Você / Trop Belle pour Toi . 1991: Merci la Vie . 1993: Un, Deus, Trois, Soleil . 1996: Mon Homme . 2000: Os Atores / Les Acteurs . 2003: Les Côtelettes . 2005: Por Amor ou Por Dinheiro? / Combien, Tu M"aimes? Quando Bertrand Blier nasceu, seu pai, o ator Bernard Blier (1916-89), fazia Trágico Amanhecer / La Jour se Léve  para Carné e Prevert. Isso pode ajudar a explicar porque Bertrand Blier, que chegou a idade adulta quando os filmes da Nouvelle Vague estavam estourando (*), tenha permanecido vinculado à tradição anter

Filme do Dia: Transeunte (2010), Eryk Rocha

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T ranseunte (Brasil, 2010). Direção: Eryk Rocha. Rot. Original: Manuela Dias & Eryk Rocha. Fotografia: Miguel Vassy. Música: Fernando Catatau. Montagem: Ava Gaitan Rocha. Dir. de arte: Marcos Pedroso. Figurinos: Alex Brollo & Maíra Senise. Com: Fernando Bezerra, José Paes de Lima, Luciana Domscheke, Bia Morelli. Expedito (Bezerra) é um aposentado que vive solitário em um apartamento no Rio. Seu cotidiano consiste em ir buscar sua aposentadoria, fazer ocasionalmente exames médicos, observar conversas alheias, cultuar a memória da mulher falecida e buscar satisfazer sua sexualidade através de sexo ocasional com prostitutas, assim como ir assistir partidas do Flamengo no estádio e cantar serestas na noite carioca. Uma façanha que o filme de Rocha consegue, e não se trata de nenhuma forma de algo menor, dado o panorama do cinema brasileiro talvez desde sempre, é o de desdramatizar ao ponto máximo seu protagonista, ao ponto de fazê-lo mesmo passar por um “ator natural”, en

Filme do Dia: Gangues de Nova York (2002), Martin Scorsese

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G angues de Nova York ( Gangs of New York , EUA/Alemanha/Itália/Reino Unido/Holanda, 2002). Direção: Martin Scorsese. Rot. Original: Jay Cocks, Steven Zaillan & Kenneth Lonergan. Fotografia: Michael Ballhaus. Música: Peter Gabriel. Montagem: Thelma Schoonmaker. Dir. de arte: Dante Ferretti. Cenografia: Francesca LoSchiavo. Figurinos: Sandy Powell . Com: Leonardo DiCaprio, Daniel Day-Lewis, Cameron Diaz, Jim Broadbent, John C. Reilly, Henry Thomas, Liam Neeson . Brendan Gleeson, Gary Lewis, Cian McCormack. Em meados do século XIX, duas gangues rivais que disputam o poder sobre os subúrbios nova-iorquinos, região conhecida como Cinco Pontas, enfrentam-se. De um lado se encontram os nativistas, liderados por Bill, o Açougueiro (Lewis), que são contra os imigrantes, especialmente os irlandeses. De outro, os Coelhos Mortos, que possuem como líder o “Padre” Vallon (Neeson), e que defendem os interesses dos irlandeses. No conflito, Vallon morre. Seu filho Amsterdam (McCormack), teste