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Filme do Dia: Il Pensionato (1956), Ermanno Olmi

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  I l Pensionato (Itália, 1956). Direção: Ermanno Olmi. Rot. Original: Ermanno Olmi & Walter Locatelli, a partir do argumento de Locatelli. Fotografia: Ermanno Olmi. Música: Pier Emilio Bassi. Montagem: Carla Colombo. Com: Piero Faconti, Mary Valente. O operário aposentado Giuseppi Bonfanti (Faconti), vive às turras com uma pequena gráfica que opera abaixo do seu dormitório. Assim como a tudo e a todos que perturba seu sossego. Ele acorda exasperado, e invariavelmente também acorda a esposa (Valente). A partir de determinado dia, no entanto, quando a dupla de jovens da gráfica não consegue desatarraxar uma porca, ele encontra uma solução viável e passa a ser um colaborador regular, ocupando seu interminável tempo ocioso. Telefilme do momento inicial da carreira de Olmi (com colaboração regular com o roteirista – também assistente de direção - Locatelli, também co-autor do anterior Boungiorno Natura (1955), em que se destaca o quão originalmente ele trabalha com inversões da or

Filme do Dia: Whity (1971), Rainer Werner Fassbinder

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  W hity (Al. Ocidental, 1971). Direção e Rot. Original: R.W. Fassbinder . Fotografia: Michael Ballhauss. Música: Peer Raben. Montagem: Théa Eimèsz & Rainer Werner Fassbinder. Dir. de arte: Kurt Raab. Com: Günther Kaufman, Ron Randell, Hanna Schygulla, Katrin Schaake, Harry Baer, Ulli Lommel, Tomás Martin Bianco, Stefano Capriati, Elaine Baker. Em 1878, no sudoeste Americano, Whity (Kaufman) é o criado da família Nicholson. Chicoteado pelo pai (Randell), amante da mãe (Schaake) e de um dos filhos, Davy (Baer), assim como da prostituta do saloon local, Hanna (Schygulla).   A mãe e o perverso filho mais velho, Frank (Lommel), anseiam pela chegada da morte do pai, que sofre de câncer e queriam, inclusive, que Whity o matasse. Whity, porém, é fiel ao patrão, despertando a ira de Hanna, que afirma que ele goza com o sofrimento imposto pelo patrão e não pretende ser um ser humano. Consciente da situação, o pai inventa que não mais se encontra doente, deixando a maior parte da sua fortu

Filme do Dia: The Life and Times of Count Luchino Visconti (2002), Adam Low

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  T he Life and Times of Count Luchino Vsconti (Reino Unido, 2002). Direção: Adam Low. Fotografia: Dewald Aukema. Montagem: Sean Mackenzie & Michael Sanders. Documentário que apresenta numa trajetória panorâmica o habitual recorte biográfico que entrelaça vida pessoal e obra artística. No caso em questão de Don Luchino Visconti (1906-1976), um dos mestres do cinema mundial. Que não se espere uma postura crítico-reflexiva diante da obra do realizador. Ou de uma compreensão dela em cotejo com o cinema italiano de seu tempo. Sem tom é laudatório e se cerca de um número impressionante de depoentes que inclui desde familiares até técnicos, roteiristas e membros do elenco de suas produções, além, evidentemente, de alguns trechos de entrevistas do próprio realizador. Nascido de uma família aristocrática e das mais ricas de Milão, Visconti se destacaria inicialmente como jóquei nos anos 1920 – há imagens suas vencendo um prêmio de relevância nacional. Depois, surge seu interesse pelas a

O Dicionário Biográfico de Cinema#153: Tom Stoppard

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  Tom Stoppard   (Tomas Straussler), n. Zlín, Tchecoslováquia, 1937 A conteceu que escrevi esta peça imediatamente após fazer a entrada sobre Clifford Odets. Não importa qualquer comparação entre os dois, enquanto dramaturgos. Odets parece-me um homem e um escritor que era obcecado com o cinema e encenava o seu próprio papel; Stoppard, não importando seu Oscar de roteiro - por Shakespeare in Love [ Shakespeare Apaixonado ] (98, John Madden) - tendo dirigido um filme, Rosencrantz and Guildenstern are Dead  [ Rosencratz & Guildenstern Estão Mortos ] (90), e seus diversos roteiros, parecendo-me essencialmente distante da indústria cinematográfica. É profundamente preocupado com a linguagem, os níveis de realidade, e a encenação teatral. Está longe de ser destituído de charme, ainda que não aparente investir um interesse em ser "Tom Stoppard". N aturalmente as coisas podem mudar. Seu trabalho em Shakespeare Apaixonado  foi provavelmente vital para o sucesso do filme, e parec

Filme do Dia: Shakespeare Apaixonado (1998), John Madden

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  S hakespeare Apaixonado ( Shakespeare in Love , EUA, 1998). Direção:  John Madden . Rot. Original:  Marc Norman& Tom Stoppard . Fotografia: Richard Greatrex. Música: Stephen Warbeck. Montagem: David Gamble. Dir. de Arte: Martin Childs& Steve Lawrence. Cenografia: Jill Quertier. Figurinos:  Sandy Powell . Com:Joseph Fiennes, Gwyneth Paltrow,  Judi Dench,   Ben Affleck,  Colin Firth,   Simon Callow,  Geoffrey Rush,  Tom Wilkinson, Rupert Everett .         Na Inglaterra Elizabetana, Will Shakespeare (Fiennes) se torna preocupado com a falta de sucesso no amor e de inspiração. Porém tudo muda quando nas audições para o que será a futura peça  Romeu e Julieta , ele ouve um jovem recitando. Na verdade, como logo descobrirá, trata-se de uma mulher, a jovem Viola Delesseps (Paltrow), que lhe chamara atenção pela beleza.  Porém ela tem que se travestir de homem para poder se dedicar a sua paixão pelo teatro, já que na época as mulheres são proibidas de atuar. Logo, passam a viver uma

Filme do Dia: O Morcego (1930), Yasuji Murata

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  O  Morcego ( Manga: Komori , Japão, 1930). Direção: Yasuji Murata. Rot. Original: Chuzo Aoji, a partir de seu próprio argumento. Houve um tempo em que os pássaros guerrearam com as bestas. Os morcegos ficaram do lado dos pássaros, porém quando esses deram mostras de perderem para as bestas, aproximaram-se das últimas. Com um acordo de paz firmado, as estratégias espúrias dos morcegos vieram à tona e tais animais, de tão envergonhados que ficaram, resolveram sair somente à noite. Talvez o que seja mais curioso nessa fábula moral, infelizmente com cartelas destituídas de tradução e virtualmente impossível de se compreender a trama sem o auxílio de sinopses externas à imagem, seja a ausência de personagens principais, função que aparentemente flerta com um outro personagem – tal como é o caso do rato que faz do gato seu cavalo – mas sem se deter nele. Além da presença de imagens incomuns na animação ocidental, tal como um guerreiro cortado em dois, por mais que posteriormente seu co

Filme do Dia: No Páis das Amazonas (1922), Joaquim Gonçalves de Araújo & Silvino Santos

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  N o País das Amazonas (Brasil, 1922). Direção e Montagem: Joaquim Gonçalves de Araújo & Silvino Santos.  Fotografia: Silvino Santos. Após os destaques típicos de referência em um cidade (Manaus, no caso) que seriam fotografados por qualquer realizador de um travelogue, Santos se esmera em apresentar os tipos mais salientes da fauna amazônica cujo “aperitivo” é o pobre bicho-preguiça, que se arrasta  pela estrada que está projetada para ser a Manaus-Rio Branco. São peixes-bois gigantescos e seus cadáveres estirados nas canoas, jacarés em profusão, andorinhas, um filhote de lontra, pirarucus, etc. Não se trata apenas de observá-los na natureza, mas sobretudo o tratamento que lhes dá os pescadores, flagrados a tirarem o couro dos pirarucus e todos os processos que seguem, observados com um detalhe quase etnográfico. Ainda com mais atenção se filma o processo de fabrico do maior bem comercial da Amazônia então, mesmo passado o auge de seu fulgor, a borracha dos seringais. E a parti