Postagens

Filme do Dia: No País dos Gelados (1922), Edward F. Cline & Buster Keaton

Imagem
N o País dos Gelados ( The Frozen North , EUA, 1922). Direção e Rot. Original: Edward F. Cline & Buster Keaton. Fotografia: Elgin Lessley. Com: Buster Keaton, Joe Roberts, Sybil Seely, Bonnie Hill, Freeman Wood, Edward F. Cline. Na “última parada do metrô”, um homem mal intencionado (Keaton) chega ao norte glacial e faz uso de um cartaz de um homem procurado como auxiliar em uma tentativa frustrada de assalto. Após matar um casal por engano, interessa-se pela bela vizinha (Hill), para a fúria de seu marido (Wood). Como em outros curtas de Keaton do período algumas das melhores tiradas já se encontram agrupadas ao início, como é o caso da utilização do cartaz do bandido representando o próprio ou – e principalmente –a inusitada gag que não se escusa em fazer do herói um assassino cruel de um casal por mero engano e após rolar lágrimas congeladas em seu rosto. Keaton satiriza personagens másculas dos melodramas da época como as vividas por Erich von Stroheim e sobretudo a p

Filme do Dia: O Livro de Cabeceira (1996), Peter Greenaway

Imagem
O   Livro de Cabeceira ( The Pillow Book , Reino Unido/França/Holanda, 1996). Direção: Peter Greenaway. Rot. Original:  Peter Greenaway. Fotografia: Sacha Vierny. Montagem: Peter Greenaway &  Chris Wyatt. Com:  Vivian Wu,  Yoshi Oida Publisher,  Ken Ogata,  Hideko Yoshida,  Ewan McGregor,  Judy Ongg,   Ken Mitsuishi, Yutaka Honda,  Barbara Lott,   Miwako Kawai,  Wichert Dromkert,  Martin Tukker, Wu Wei,  Tom Kane,  Kheim Lam,  Daishi Hori,   Kinya Tsuruyama,  Eiichi Tanaka,  Rick Waney,  Masaru Matsuda,   Wataru Murofushi. Garota japonesa Nagiko desde pequena é admiradora compulsiva de livros que são escritos sobre a pele humana. Vários calígrafos escrevem sobre sua pele. Essa tradição foi herdade dos pais. Seus sonhos se realizam quando ela conhece Jerome (McGregor), que inverte a situação. Calígrafo medíocre, cede seu corpo para que Nagiko escreva seus livros. Nagiko envia seu livro - Jerome - para o editor mais renomado nessa arte (Oida), que também é amante de Jerome. A

Filme do Dia: Diário de um Pároco de Aldeia (1951), Robert Bresson

Imagem
D iário de um Pároco de Aldeia ( Journal d’Un Cure de Campagne , França, 1951). Direção: Robert Bresson. Rot. Adaptado: Robert Bresson, baseado em romance de George Bernanos.  Fotografia: Léonce Henri-Burel. Música: Jean-Jacques Grünenwald. Montagem: Paulette Robert. Dir. de arte: Pierre Charbonier. Cenografia: Robert Turlure. Com: Claude Leydu, Léon Arvel, Antoine Balpêtre, Jean Danet, Jeanne Étiévant, André Guibert, Bernard Hubrenne, Nicole Ladmiral, Martine Lemaire, Jean Riveyre, Marie-Monique Arkell, Nicole Maurey. Um novo cura (Leydu) assume a paróquia no remoto vilarejo de Ambricourt, ao norte da França. Desde o início o seu ofício lhe parece uma provação interminável, o que também é compartilhado pela maior parte dos fiéis que, segundo as palavras de um padre que lhe é próximo, ofendem-se com a integridade do mesmo e o potencial de verdade presente em seu discurso, que incomoda a todos. Assim, ele é menosprezado seja pelo rico Fabregars (Arvel), que o engana para não pagar

Filme do Dia: O Celulóide Secreto (1995), Rob Epstein & Jeffrey Friedman

Imagem
  O   Celulóide Secreto ( The Celluloid Closet , EUA, 1995). Direção: Rob Epstein & Jeffrey Friedman. Rot. Adaptado: Rob Epstein, Jeffrey Friedman & Sharon Wood, baseado no livro de Vito Russo. Fotografia: Nancy Schreiber. Música: Carter Burwell. Montagem: Jeffrey Friedman & Arnold Glassman. Dir. de arte: Scott Chambliss. Documentário que aborda como personagens homossexuais foram retratados no cinema norte-americano, sobretudo no período áureo da censura e início da liberação. Conta   com um prólogo em que apresenta rapidamente como gays eram retratados no cinema mudo, em filmes como Dickson Experimental Sound Film (1894), Algie, o Mineiro (1912) e A Florida Enchantment (1914). O quanto as referências mais abertas a homossexualidade e a qualquer tema erótico mais acentuado se tornaram mais difíceis após a implantação do que ficou conhecido como Código Hays, em 1933.   Não se veriam mais cenas como a orgia de Manslaughter (1922), de DeMille, a ambigüidade erótica

Filme do Dia: Kuxa Kanema - Episódio 7, Fernando Silva & Luís Costa

Imagem
K uxa Kanema – Episódio 7 (Moçambique, ?). Direção: Fernando Silva & Luís Costa. Fotografia: João Costa & Luís Simão. Montagem: Enoque Mate & Ismael Vuvo. É curioso como esse curta se diferencia da maior parte dos episódios aos quais se teve acesso. Inicia-se não com o formato cinejornalesco habitual, mas com uma matéria sobre uma multinacional de capital britânico que explora cana-de-açúcar no país e possui 14 mil empregados. Dispensa as vinhetas iniciais e a primeira imagem já é de um plano com zoom e áudio em andamento no local-tema único do cinejornal. O tom do narrador over é de aberta crítica, ouve-se um trabalhador ler uma carta da companhia – a presença de uma voz de trabalhador e não de autoridade inexiste na maior parte dos exemplares que se viu da série   - em uma reunião coletiva talvez sindical. Observa-se o abandono ao qual foi relegada à companhia, o pó e as teias de areia que invadem o equipamento, como afirma o locutor, são observados através de zoo

Filme do Dia: O Cinema, Manoel de Oliveira e Eu (2016), João Botelho

Imagem
O   Cinema, Manoel de Oliveira e Eu (Portugal, 2016). Direção e Rot. Original: João Botelho. Fotografia: João Ribeiro. Música: Nicholas McNair. Montagem: João Braz. Com: Mariana Dias, Miguel Nunes, Antônio Durães, Ângela Marques, Maria João Pinho, Leonor Silveira, Marcelo Urgeghe. A partir de uma foto do começo dos anos 80 tirada do momento de seus primeiros contatos com Manoel de Oliveira, Botelho faz uma apreciação do estilo do realizador através das várias décadas de sua produção. Observa-se ele se deter, por exemplo, na resposta de Oliveira ao plano/contraplano filmando um longo plano em que um ator dirige seu discurso a uma mulher fora do plano, que ocasionalmente reage a sua fala e depois se observa novamente todo o diálogo observando a mulher a quem ele se dirigia. Ou ainda o garoto que se apossa de uma boneca para aparecer à janela da menina por quem se encontra apaixonado e após furtar-lhe um beijo despenca telhado abaixo. As duas sequencias sintetizam, no primeiro, o in

O Dicionário Biográfico de Cinema#44: Brendan Fraser

Imagem
Brendan Fraser  n. Indiannapolis, Indiana, 1968 D e diversos modos felizes, é um retrocesso - aos dias de alguns especialistas de comédias idiotas, como Ralph Bellamy praticou, ou mesmo ao período mudo. Ele possui uma face que registra esperanças feridas e inocente otimismo tão facilmente quanto uma criança e sem o tremor da neurose do Método. Em uma série de filmes astutamente arranjada interpretou um belo e grande impulsivo pateta viril fora de seu tempo ou contra o grão do moderno cinismo e lidando com a tensão com dócil senso de humor. É um comediante de tão confiante eufemismo que, sobre Gods and Monsters  [ Deuses e Monstros ] (98, Bill Condon), Iain McKellen disse que estava tão ocupado quanto podia, aprendendo com o relacionamento de Fraser com a câmera. É fácil ver Fraser em um lindo romance - menos fácil vê-lo na escuridão, muito menos melancólico. Mas ele começou a demonstrar sinais de trágica ambição.  Seus pais são canadenses, e o rapaz viajou amplamente no iníci