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Filme do Dia: The Stubborn Cowboy (1967), Chuck Harriton

The Stubborn Cowboy (EUA, 1967). Direção: Chuck Harriton. Rot. Original: Shamus Culhane. Criança faz uma narração de um filme de faroeste para sua classe na escola, incorporando dados dos comerciais. Culhane, talentoso realizador do cinema clássico, parece se dar melhor nessa nova fase da produção da animação norte-americana, bem diferente em termos de estilo e tema, como roteirista do que propriamente como diretor. Nesse sentido, esse curta é bem mais interessante que The Trip , dirigido no mesmo ano por Culhane. Aqui, desde a brincadeira inicial com os créditos, passando pela interpretação original das imagens, e para ironias com os cigarros Marlboro, assim como pela própria incorporação de clichês próprios do faroeste, transforma-o numa experiência de longe mais criativa. Particularmente na questão da interpretação da imagem, a perspectiva infantil, incorporada na voz, que é a única a ser ouvida no curta, torna-se particularmente atraente para a utilização da ironia, recurso que

Fagner - Jura Secreta - Eu Canto - 1978

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Filme do Dia: Jirokichi, the Rat (1931), Daisuke Ito

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Jirokichi, the Rat ( Oatsuarae Jirokichi Goshi , Japão, 1931). Direção: Daisuke Ito. Rot. Adaptado: Daisuke Ito, baseado no romance de Eiji Yoshikawa. Fotografia: Hiromitsu Karasawa. Com: Denjirô Okoshi, Naoe Fushimi, Nobuko Fushimi, Reisaburô Yamamoto, Minoru Takase. Anos 1830. Jirokichi (Okoshi) é um ladrão que somente rouba de ricos e por vezes se solidariza com as dificuldades das pessoas que encontra. É o caso da gueixa Osen, que ele salva de ser roubada, enquanto descobre que seu irmão, Nikichi, pretende se aproveitar do dinheiro do pai de outra moça, a bela Okino. Jirokichi, no entanto, consegue salvar Okino das mãos de Nikichi, matando o inescrupuloso que transformara sua irmã em gueixa. Trata-se, aparentemente, do único filme mudo de Ito mais ou menos completo. Esta deliciosa aventura possui como ponto ao mesmo tempo positivo e negativo seu dinâmico estilo, de montagem rápida, e com um tempero melodramático nitidamente copiado dos filmes do tipo hollywoodianos, mas devi

The FilmHandbook#54: Os Irmãos Coen

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Os Irmãos Coen Joel Nascimento: 29/11/1954, Minneapolis, EUA Ethan Nascimento : 21/09/1957, Minneapolis, EUA Carreira (como diretores): 1984- Apesar de serem "fedelhos do cinema" (Joel estudou cinema na New York University), Joel e Ethan Coen se diferenciam de seus pares em seu aparente desejo de trabalhar com orçamentos relativamente modestos nas margens do establishment hollywoodiano. Como seus predecessores, no entanto - particularmente o jovem Spielberg  - são inspirados menos por produções de prestígio hollywoodianas que pelos filmes B e animações. Até o momento, os irmão tem trabalhado como equipe: Joel dirige, Ethan produz, ambos escrevem. Sua estreia certeira, Gosto de Sangue / Blood Simple > 1 , foi um estilizado filme noir . Sua premissa básica (um proprietário de bar no Texas é traído pelo detetive que havia contratado para assassinar sua esposa infiel e seu amante) é transformada por um roteiro criativamente tortuoso numa sutil, quase farsesca, análise

Filme do Dia: A Melodia (1992), Bill Plympton

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A Melodia ( The Tune , EUA, 1992). Direção: Bill Plympton. Rot. Original: Bill Plympton, Maureen McElheron & P.C. Vey. Fotografia: John Donnelly.  Música: Maureen McElhorn. Montagem: Merril Stern. Animação de longa-metragem de um realizador que talvez seja mais conhecido por seus curtas. E talvez merecidamente. Como outros longas animados que lhe antecederam, notadamente Yellow Submarine , no filme de Plympton o leve traço de enredo – um músico pretende levar sua última coleção de músicas para um importante produtor musical e o tempo está se esgotando – é apenas um pretexto para a apresentação da animação e dos números musicais. Como a animação de Plympton porsi só nada tem de extraordinária, ao contrário do filme dos Beatles que ao menos contemplava a psicodelia da época, sobra apenas a trilha de canções, algumas mais interessantes que outras mas longe de chamarem a atenção e – o que talvez seja a melhor qualidade do filme – o seu senso de onirismo sem apelar para cacoetes s

Filme do Dia: Minha Noite com Ela (1969), Eric Rohmer

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Minha Noite com Ela ( Ma Nuit chez Maud , França, 1969). Direção e Rot. Original: Eric Rohmer . Fotografia: Néstor Almendros. Montagem: Cécile Decugis. Dir. de arte: Nicole Rachline. Com: Jean-Louis Trintignant, Françoise Fabian, Marie-Christine Barrault, Antoine Vitez, Léonide Kogan, Guy Léger, Anne Dubot, Marie Becker. Jean-Louis (Trintignant) é um católico que se muda para a província e se encontra tocado por uma jovem que percebe na igreja, Françoise (Barrault), com quem acredita que deve se casar. Certo dia, ele reencontra um amigo que não via há 14 anos, Vidal (Vitez), que lhe apresenta Maud (Fabian), uma charmosa mulher divorciada. Dividido entre a razão, que o faz acreditar na fidelidade do amor e na crença de que Françoise, até por ser católica, é a mulher com quem deve casar e o desejo por Maud, ele inicialmente não toma uma decisão. Porém, ao reencontrar ocasionalmente Françoise ele marca um encontro com ela, que apesar de gostar muito dele, ressente-se ainda pelo amor
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