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Filme do Dia: Corações Livres (2002), Susanne Bier

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  C orações Livres ( Elsker dig   forEvigt , Dinamarca, 2002). Direção: Susanne Bier. Rot. Original: Sussane Bier & Anders Thomas Jensen. Fotografia: Morten Søborg. Música: Jesper Winge Leisner. Montagem: Pernille Bech Christensen & Thomas Krag. Dir. de arte: William Knuttel. Figurinos: Stine Gudmundsen-Holmgreen. Com: Mads Mikkelsen, Sonja Richter, Nikolaj Lie Kaas, Paprika Steen, Stine Bjerregaard, Birthe Neumann, Niels Olsen, Ulf Pilgaard. O casal Cecile (Richter) e Joachim (Kaas), tem sua vida subitamente transformada, com um atropelamento sofrido pelo último, que o deixa tetraplégico. A autora do atropelamento Marie (Steen), sente-se grandemente culpada e seu marido Niels (Mikkelsen), se torna um dos médicos que acompanha o caso. Cecile, fragilizada com os acontecimentos, acaba buscando apoio em Niels, que se torna seu amante. A suspeita e descoberta do relacionamento pela filha do casal, Stine (Bjerregaard), provoca a desagregação da família e posterior saída de Nils. P

Filme do Dia: Deus Ex (1971), Stan Brakhage

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  Deus Ex (EUA, 1971). Direção: Stan Brakhage. A imagem de um algodão que se torna umedecido de sangue que é seguido por uma rosa vermelha a balançar é uma das soluções visuais para esse curta que integra uma trilogia. Aqui, Brakhage abre mão de suas mais conhecidas abstrações construídas a partir de danificações efetuadas na própria película e fez uso de um arsenal de estratégias visuais mais próximas do cinema narrativo como fades , imagem acelerada, zoom, assim como outras que já haviam se tornado comuns do repertório do cinema de vanguarda  da terceira década do século, assim como do cinema moderno contemporâneo, como é o caso da repetição de um mesmo plano. A iluminação (ou a quase ausência dessa) assim como os movimentos de câmera são fundamentais para esse filme que se detém sobre uma cirurgia sendo efetuada por uma equipe, assim como procedimentos e ações efetuadas no ambiente hospital – uma delas observada a partir das sombras deixadas nos ladrilhos do chão. 35 minutos.

Filme do Dia: Guernica (1950), Alain Resnais & Robert Hessens

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  G uernica (França, 1950). Direção: Alain Resnais & Robert Hessens. Rot. Adaptado: a partir do poema de Paul Éluard.  Fotografia: Henry Ferrand.  Música: Guy Bernard. Montagem: Alain Resnais. Esse curta documental que inicia com uma voz over (a cargo de Jacques Pruvost) quase tão distanciada quanto a do narrador de Las Hurdes (1932), sobre uma foto fixa que mais lembra o esqueleto devastado de uma maquete da cidade que dá nome ao título logo após o bombardeio-experimento deflagrado pela força aérea alemã (algo que não chega a ser citado pelo filme). Logo, no entanto, a voz masculina fria e distante cede a uma voz feminina (pela atriz Maria Casares) que declama um poema de Éluard. Nessa transição o filme perde, ao jogar no mesmo campo semântico voz feminina, arte e humanismo em contraposição à voz masculina, distanciamento emocional e fotografia, que aqui é observada como um retrato cru que pretensamente a arte alumiará com a expressividade própria de cada meio (poesia, pintura,

Filme do Dia: Ponteio (1941), Humberto Mauro

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  P onteio (Brasil, 1941). Direção: Humberto Mauro. Fotografia: Manuel P.Ribeiro. Música: Heckel Tavares. Montagem: Humberto Mauro. Um dos mais belos curtas realizados por Mauro para o INCE. Nessa produção ele conquista um raro equilíbrio entre um lirismo longe de excessivo (ao contrário de boa parte de sua produção posterior, em que por vezes, descamba para pieguice como em Meus Oito Anos ) e, mesmo com os parcos recursos que lhe eram destinados, consegue não apenas uma notável edição de som, apresentado no momento em que o violeiro demonstra sua virtuosidade diante do maestro Heckel Tavares, como uma poética de imagens que consegue fazer uso expressivo da sobreposição das mesmas para apresentar no momento da execução da peça, através do arranjo de Tavares, observar-se motivos que remetem ao mundo folclórico que a peça evoca. Ou ainda a montagem, que elegantemente, destaca cada um dos naipes de músicos que se destacam em determinado momento da composição –a cargo de um não menos ele

Filme do Dia: Grave (2016), Julia Ducournau

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  G rave ( Raw , Itália/França/Bélgica, 2016). Direção e Rot. Original: Julia Ducournau. Fotografia: Ruben Impens. Música: Jim Williams. Montagem: Jean-Christophe Bouzy. Dir. de arte: Laurie Colson. Figurinos: Elise Ancion. Com: Garance Marillier, Ella Rumpf, Rabah Nait Oufella, Laurent Lucas, Joanna Preiss, Bouli Lanners, Marion Vernoux, Thomas Mustin. Justine (Marillier) é uma jovem virgem que abandona pela primeira vez a vida em família para ir morar no alojamento universitário da renomada escola de veterinária Saint-Exupery. Seus pais (Lucas e Preiss) esperavam que a irmã mais velha de Justine a encontrasse, o que não acontece. Justine é recepcionada como caloura através de um trote um tanto agressivo, acordada no meio da noite e levada para o que parece ser uma sessão de torturas, mas que se vem a descobrir uma agitada balada. Seu companheiro de quarto não é, como esperava, uma mulher, mas o gay Adrien (Oufella). Sua irmã, Alexia (Rumpf) a encontra no meio da festa. Quando se en

Filme do Dia: Mallorca (1933), María Forteza

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  M allorca (Espanha, c. 1933-34). Direção: María Forteza. Redescoberto quase um século após nos arquivos espanhóis, esse curta provavelmente é a primeira obra cinematográfica dirigida por uma mulher no país.  Suas imagens apresentam uma sensibilidade que provavelmente “falam” mais que o discurso de seu narrador over , homem, tal como a quem o filme é dedicado, o compositor Isaac Albéniz, falecido em 1909, de quem as cartelas iniciais fazem referência de que o filme foi inspirado “na estética de tua música”, fazendo inteligente associação entre a cultura do país como mais que um pano de fundo, mas aparentemente uma força propulsora na organização das imagens, como era comum nas então populares sinfonias urbanas, sobretudo à época do cinema mudo. Muitas das imagens são recortadas a partir dos arcos da cidade histórica. Por sorte a voz over tem papel relativamente pequeno. E são as edificações históricas que ganham primeiro plano, ao som de uma música nostálgica (a cargo de Rafael Par

O Dicionário Biográfico de Cinema#204: Frank Langella

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Frank Langella , n. Nova Jersey, 1938 H ouve um longo período no qual Langella floresceu nos palcos americanos, mas parecia ansioso no cinema. Ele era bonito, mas havia um ar superior de desdém que matava qualquer esperança de charme. Seus filmes eram indistintos (ou pior) e sua carreira nunca parecia ganhar velocidade. Mas então, quando já havia passado bem dos 60, pareceu relaxar ou desistir de ser cuidadoso. O desdém se tornou autoridade impecável, e ele se transformou. Seu Nixon em Frost/Nixon   (08, Ron Howard) é uma das grandes e misteriosas interpretações dos tempos modernos; não uma tentativa de imitar o presidente, mas um profundo comentário sobre ele, não obstante. Espera-se que a indústria do cinema possa encontrar grandes papéis para um ator que é um virtuoso. G raduou-se na Universidade de Siracusa e transformou quase em um ponto de orgulho o que deu de si próprio ao teatro: interpretou um jovem Shakespeare em A Cry of Players , e ganhou Tonys por Seascape , de Edward Albe