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Filme do Dia: Sobre Meninos e Lobos (2003), Clint Eastwood

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S obre Meninos e Lobos ( Mystic River , EUA, 2003). Direção: Clint Eastwood. Rot. Adaptado: Brian Helgeland, baseado no romance de Dennis Lehane. Fotografia: Tom Stern. Música: Clint Eastwood. Montagem: Joel Cox. Dir. de arte: Henry Bumstead & Jack G. Taylor Jr. Cenografia: Richard C. Goddard. Figurinos: Deborah Hooper. Com: Sean Penn, Tim Robbins, Kevin Bacon, Laurence Fishburne, Marcia Gay Harden, Laura Linney, Kevin Chapman, Tom Guiry, Spencer Treat Clark, Emmy Rossum.         Boston, Massachussets. Jimmy Markum (Penn), de passado criminoso, tem sua vida completamente conturbada após o assassinato de sua filha de 19 anos Katie (Rossum). Inconformado, jura vingança e promete ao investigador Sean Devine (Bacon), um velho conhecido de infância, que irá fazer justiça com as próprias mãos, se a Polícia não encontrar logo o criminoso. As evidências recaem sobre o pacato, porém estranho,  Dave Boyle (Robbins), casado com Celeste (Gay Harden), próxima da família de Markum, já q

Filme do Dia: A Revolta do Colégio (1936), William Wyler

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A Revolta do Colégio ( These Three , EUA, 1936). Direção: William Wyler. Rot. Adaptado: Lillian Hellman, a partir de sua própria peça. Fotografia: Gregg Toland. Música: Alfred Newman. Montagem: Daniel Mandell. Dir. de arte: Richard Day. Figurinos: Oscar Kiam. Com: Mirian Hopkins, Merle Oberon, Joel McCrea, Catherine Doucet, Alma Kruger, Bonita Granville, Marcia Mae Jones, Margaret Hamilton. As amigas recém-formadas Martha (Hopkins) e Karen (Oberon) compram uma propriedade que pretendem transformar em escola. Ao chegarem ao local, descobrem que ela se encontra em ruínas. Quem as ajuda a erguer o novo local é o solícito médico Joseph “Joe” Cardin (McCrea), que se apaixona por Karen e é correspondido. Quem igualmente as ajuda é a rica senhora Amelia Tilford (Kruger), avó da perversa garota Mary (Granville), que pretende que se torne uma das estudantes do local. Junta-se ao grupo a inconveniente tia de Martha, Lily (Doucet), atriz que faz ás vezes de educadora quando não consegue

The Film Handbook#111: Eric Rohmer

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Eric Rohmer Nascimento: 21/03 (ou 04/04)/1920, Tulle, França Morte: 11/01/2010, Paris, França Carreira (como realizador): 1951-2007 P ermanecendo fiel a seu estilo e preocupações, e resistindo as vicissitudes da moda, Eric Rohmer (nascido Jean-Marie Maurice Scherer) tem construído uma obra única e consistentemente magnífica, talvez sem paralelo em sua perspicácia psicológica. E não deixa de ser irônico que seja através da palavra falada e com uma sensibilidade formal em parte derivada da literatura, que ele tenha se tornado um dos maiores diretores realistas do cinema. Após ensinar literatura ao longo dos anos 40, Rohmer passou a crítica de cinema e eventualmente se tornaria editor do Cahiers du Cinéma . Ao mesmo tempo, começando com Charlotte e Seu Bife / Présentation ou Charlotte et son Steak  (apresentando Godard como seu único ator masculino), passaria a dirigir curtas. Não foi antes de 1959, no entanto, que realizaria seu primeiro longa, O Signo do Leão / Le Signe du L

Filme do Dia: Intermezzo (1936), Gustaf Molander

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I ntermezzo ( Intermezzo , Suécia, 1936). Direção: Gustaf Molander. Rot. Original: Gustaf Molander & Gösta Stevens. Fotografia: Åke Dahlqvist. Música: Heinz Provost. Montagem: Oscar Rosander. Dir. de arte: Arne Åkermark. Com:  Gösta Ekman,  Inga Tidblad,  Ingrid Bergman,  Erik 'Bullen' Berglund,  Hugo Björne,  Anders Henrikson,  Hasse Ekman, Britt Hagman,  Margit Orth.           Anita Hoffman (Bergman), jovem e promissora pianista, é protegida do veterano professor Thomas Stenborg (Björne), que a quer manter distante de qualquer outra influência. Porém, ao mesmo tempo ensina a filha de um virtuose do violino, Holger (Ekman), Anne-Marie Brandt (Hagman). Com a descoberta da proximidade musical, no aniversário de Anne-Marie, e com a relação fria que vive com a esposa Margit (Tidblad), que prefere a vida doméstica e os cuidados com a família às excursões do marido, aproxima-se de Hoffman e vive um relacionamento amoroso. Cansados de se encontrarem às escondidas e com a

Filme do Dia: Anjo do Mal (1953), Samuel Füler

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A njo do Mal ( Pickup on South Street , EUA, 1953). Direção: Samuel Füller. Rot.Original: Samuel Füller, baseado num argumento de Dwight Taylor. Fotografia: Joseph MacDonald. Música: Leigh Harline. Montagem: Nick DeMaggio. Dir. de arte: George Patrick &  Lyle R. Wheeler. Cenografia: Al Orenbach. Figurinos: Travilla. Com: Richard Widmark, Jean Peters, Thelma Ritter, Murvyn Vye, Richard Kiley, Willis Bouchey, Milburn Stone, George Berkeley.          Skip McCoy (Widmark) é um batedor de carteiras que assalta a prostitua Candy (Peters) no metrô. O policial Dan Tiger (Vye) tem que saber, a qualquer custo, quem é o assaltante, já que foi roubado um microfilme que seria repassado para agentes comunistas. Com a ajuda de Moe (Ritter), uma delatora, a polícia consegue saber quem se trata, porém McCoy nega tudo. Por outro lado Candy é pressionada por Joey (Kiley), responsável pela entrega do microfilme aos agentes russos a encontrar o assaltante. Candy também se intera com Moe sobre o

Terceiro Aniversário do Blog

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Chegamos ao terceiro aniversário do blog e agradeço ao apoio, comentários, amizades surgidas a partir dele! Ao longo do tempo, se tiverem percebido, foi havendo uma crescente depuração e ficando basicamente os dois eixos centrais do blog que foram as resenhas escritas por mim ao longo dos quase últimos vinte anos e as traduções do livro do crítico britânico The Film Handbook , publicado meio quarto de século atrás e que foi fundamental na minha formação cinéfila e ainda é um livro de consulta de cabeceira ao qual sempre recorro. Através do twitter tive contato com Andrew e o encorajei a realizar uma versão atualizada do livro, incorporando filmes e cineastas que entraram para o repertório do cinema internacional, assim como talvez deixando de lado algumas promessas não cumpridas de todo. Ao longo do período foram postadas pouco mais de 1.060 resenhas e 110 perfis de realizadores a partir do livro de Andrew. Esse material não havia sido, em sua maior parte, originalmente produzido

Filme do Dia: Fritz Lang, O Círculo do Destino - Os Filmes Alemães (2004), Jorge Dana

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F ritz Lang, O Círculo do Destino – Os Filmes Alemães ( Fritz Lang, le Cercle du Destin – Les Films Allemands , França, 2000). Direção: Jorge Dana. Documentário para a TV que investiga alguns temas da obra e da vida pessoal de Fritz Lang – sua partida da Alemanha com a ascensão do nazismo, a estética monumental de seus cenários associada a uma grandiloquência de matrizes no folclore alemão e que teria gratificado extremamente os nazistas, sua ruptura com Thea von Harbou, o retorno a Alemanha e a recepção morna aos seus filmes de aventura de final de carreira. Decepcionado, Lang abandona o cinema. Será a França quem irá reconhecer o seu talento, tanto através dos críticos, quanto da homenagem que lhe é tributada em  O Desprezo (1963), de Godard . Entre os depoentes se encontram Claude Chabrol , que acredita que Os Espiões de Lang antecipa praticamente tudo que seu mestre favorito, Hitchcock , irá fazer, Volker Schlöndorff , que pediu que os atores de seu O Jovem Törless assistis

Filme do Dia: Amor (2012), Michael Haneke

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A mor ( Amour , França/Alemanha/Áustria, 2012). Direção e Rot. Original: Michael Haneke. Fotografia: Darius Khondji. Montagem: Nadine Muse & Monika Willi. Dir. de arte: Jean-Vincent Puzos. Cenografia: Susanne Haneke & Sophie Raynaud. Figurinos: Catherine Leterrier. Com: Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert, Alexandre Tharaud, William Shimell, Ramón Agirre, Rita Blanco, Laurent Capelutto. O octogenário Georges (Trintignant), casado com Anne (Riva), de semelhante idade, acompanha de muito perto o declínio de sua companheira após ter sofrido um derrame e ficar com metade do corpo paralisada. Ele lida com ela sozinho, até o ponto de necessitar da ajuda de enfermeiras. Sua filha (Huppert), visita-o ocasionalmente. Após Anne muito implorar por seu próprio fim, Georges sufoca-a com um travesseiro. Haneke narra com sua austeridade habitual e o fato da narrativa ser praticamente confinada aos interiores do apartamento do casal, somado a ausência de t

Cartas Elizabeth Bishop#1

A livraria daqui é de um inglês e sua mulher, que é uns vinte anos mais velha que ele, mas muito bonita, com cabelos pintados de um tom vivo de rosa. Os dois ficam jogando xadrez no canto e detestam ser interrompidos por um freguês. No outro dia um conhecido meu entrou lá para comprar um livro e o pediu muito timidamente. Hugh, o inglês, disse: "Meu Deus! Será que você não vê que estou prestes a fazer uma jogada?" (em carta de Elizabeth Bishop a Robert Lowell, 1 de janeiro de 1948)

Filme do Dia: Nelson Filma (1971), Luiz Carlos Lacerda

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N elson Filma (Brasil, 1971). Direção: Luiz Carlos Lacerda. Fotografia: André Palluch & Marco Fernando. Curta um tanto anódino e pouco inventivo e que tampouco tem seu título justificado, pois não se acompanha as filmagens de algum projeto contemporâneo de Nélson Pereira dos Santos , antes um panorama nada auspicioso, menos pela narração ou pela própria trajetória do realizador, mas pela forma como é abordado, do cineasta. Afirmações como a que com Fome de Amor “o Cinema Novo alcançou sua maturidade técnica e formal” soam um tanto quanto parciais e passionais.   Alex Viany surge ao início afirmando de sua sintonia com Nelson, “apesar da diferença de idade de dez anos”. Soma-se isso alguns trechos de filmes do realizador, sobretudo Vidas Secas e   algumas frases de alguns colaboradores de Nelson do qual apenas escutamos o áudio, algumas inserções a la Godard de letreiros através de planos curtos e cortes abruptos e se tem uma malfadada tentativa de apresentar um curta docume

Filme do Dia: Esse Mundo é Meu (1964), Sérgio Ricardo

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E sse Mundo é Meu (Brasil, 1964). Direção: Sério Ricardo. Rot. Adaptado: Sérgio Ricardo, a partir da peça de Chico de Assis. Fotografia: Dib Lutfi. Música: Lindolfo Gaya & Sérgio Ricardo. Montagem: Ruy Guerra. Dir. de arte: José Scandal. Com: Sérgio Ricardo, Luiza Aparecida,, Antônio Pitanga, Léa Bulcão, José Sebastião, Amaro Scandal, Ziraldo. Pedro (Ricardo) une-se a namorada Luiza (Aparecida) e quando essa se encontra grávida, decide ela própria pelo aborto, enquanto Pedro teme pela morte dela como a de tantas que lhe antecederam nas mãos da mesma mulher. Toninho (Pitanga), engraxate e malandro, sonha com uma bicicleta com a qual poderá passear com a garota de seus sonhos, Zuleika (Bulcão). É a convivência entre uma nova bossa estilística, presente desde os devaneios da câmera de Lutfi em seu belo prólogo musicado e o paternalismo retrospectivamente algo constrangedor em relação aos seus personagens despossuídos que o filme sinaliza desde o seu início. Em termos de cr

Filme do Dia: Mãos Vazias (1971), Luiz Carlos Lacerda

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M ãos Vazias (Brasil, 1971). Direção: Luiz Carlos Lacerda. Rot. Adaptado: Luiz Carlos Lacerda, a partir do romance de Lúcio Cardoso. Fotografia: Rogério Noel. Música: Jaceguay Lins. Montagem: Raimundo Higino. Dir. de arte e Figurinos: Mara Chaves. Com: Leila Diniz, José Klébler, Ana Maria Magalhães, Arduíno Colasanti, Irene Stefânia, Hélio Fernando, Manfredo Colasanti, Gabriel Archanjo, Nildo Parente. Felipe (Kléber) leva a esposa Ida (Diniz), ambos prósperos burgueses e vivendo numa posição social de destaque em Curvelo, a trocar por Vila Velha, onde Felipe herdou propriedade e pretende reviver um engenho de açúcar. E onde encontram um casal Ana (Magalhães) e Mário (Arduíno Colasanti) completamente descrente na vida e no amor. Sobre Mário pesa  os comentários da população de seu envolvimento com outro homem. A própria Ida se revolta contra os costumes e temores sociais do marido após a morte do filho, Luisinho entregando-se a Mário, e igualmente disposta a abandonar Felipe e ro

The Film Handbook#110: Peter Yates

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Peter Yates Nascimento: 24/07/1929, Aldershot, Hampshire, Inglaterra Morte: 09/01/2011, Londres, Inglaterra Carreira (como diretor): 1962- O  comercialmente mais bem sucedido diretor britânico a se mudar para Hollywood nos últimos vinte anos, Peter Yates é mais conhecido por seus filmes de ação. Porém sua melhor obra apresenta um grande interesse nos personagens e em sua posição na sociedade; somente quando se engaja na dimensão humana de um filme é que ele consegue transcender a mera eficácia narrativa. Antes de entrar para o cinema como assistente de dublagem, Yates havia trabalhado no teatro (como ator e diretor formado no RADA) e corrida de carros, como empresário e reserve de pilotos, Após trabalhar como assistente para Tony Richardson, Jack Cardiff e outros, ele finalmente realizaria sua estreia como diretor, dirigindo o musical com Cliff Richard Tudo Começou em Paris / Summer Holiday . Nem esse nem a versão de uma comédia de fantasia surreal One Way Pendulum  foram dign