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The Film Handbook#35: Federico Fellini

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Et Tu, Federico? Fellini demonstra como assassinar César no set de Roma de Fellini Federico Fellini Nascimento: 20/01/1920, Rimini, Itália Morte: 3 1/10/1993, Roma, Itália Carreira  (como realizador): 1950-1993 Há muito considerado um realizador maior, Federico Fellini estabeleceu sua reputação através de sua insistência em sua própria visão fantástica e idiossincrática do mundo. Ao fazê-lo, no entanto, repetidamente expôs-se abertamente às acusações de egomania, auto-indulgência e superficialidade; certamente muito de sua obra, ainda que visualmente extraordinária, é hiperbólica, ingênua e incoerente. Após trabalhar como desenhista de quadrinhos e escritor para uma rádio, Fellini entrou para o mundo do cinema através de roteiros escritos para vários realizadores, o mais notável de todos Rossellini  para quem co-roteirizou Roma: Cidade Aberta , Paisà e o episódio "Il Miracolo" em O Amor , no qual também atuou. Colab o rou regularmente com Alberto Lattuada , com

Filme do Dia: Umberto D. (1952), Vittorio De Sica

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Umberto D. (Itália, 1952). Direção: Vittorio De Sica. Rot. Original: Cesare Zavattini. Fotografia: G. R. Aldo. Música: Alessandro Cicognini. Montagem: Eraldo Da Roma. Dir. de arte: Virgilio Marchi. Cenografia: Ferdinando Ruffo. Com: Carlo Battisti, Maria Pia Casilio, Lina Gennari, Ileana Simova, Elena Rea, Memmo Carotenuto, Alberto Albani Barbieri, De Silva. Umberto Domenico (Battisti) é um aposentado que com o baixo valor pago de aposentadoria não consegue se manter a contento na pensão de Antonia Belloni (Gennari), que mesmo com todas as suas pretensões de dama da sociedade, aluga quartos – inclusive o do próprio Umberto – para encontros furtivos. A única aliada de Umberto em um mundo cada vez mais hostil é a jovem empregada Maria (Casilio), grávida de um namorado militar, que não pretende assumir a paternidade. Assim como seu fiel cão. Sentindo-se mal de saúde com angina, Umberto força um internamento e quando retorna a pousada, descobre que seu quarto está em reformas e que o

Simon & Garfunkel - Mrs. Robinson (Audio)

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Filme do Dia: Uma Garota Dividida em Dois (2007), Claude Chabrol

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Uma Garota Dividida em Dois ( La Fille Coupée en Deux , França/Alemanha, 2007). Direção: Claude Chabrol. Rot. Original: Claude Chabrol & Cécile Maistre. Fotografia: Eduardo Serra. Música: Matthieu Chabrol. Montagem: Monique Fardoulis. Dir. de arte: Françoise Benoît-Fresco. Figurinos: Mic Cheminal. Com: Ludivine Sagnier, Benoît Magimel, François Berléand, Mathilda May, Caroline Sihol, Marie Bunel, Valeria Cavalli, Etienne Chicot. Em Lyon, Gabrielle (Sagnier), filha da livreira Marie (Bunel), e apresentadora de TV, apaixona-se pelo escritor Charles St. Denis (Berléand), homem de meia-idade, que vive um relacionamento estável com a esposa Dona (Cavalli) e que vai lançar seu novo livro na livraria da mãe. No mesmo dia, Gabrielle é assediada pelo milionário e herdeiro de um laboratório francês Paul Gaudens (Magimel), que demonstra estar perdidamente apaixonado por ela. St. Denis viaja e desaparece subitamente da vida de Gabrielle a deixando deprimida. Sua mãe convida Paul para ten

60 Anos Sem Carman Miranda

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Hoje se completa os sessenta anos da morte da "pequena notável". Embora tradicionalmente avesso a efemérides, por completa coincidência li ainda esse ano a biografia sobre ela (bastante volumosa e "completa", na medida do possível) de Ruy Castro. Miranda é um daqueles ícones sobre os quais qualquer pessoa medianamente informada no país já ouviu falar e até mesmo tem alguma imagem sobre...de preferência como a baiana estilizada que a acompanhou nos 15 anos finais de sua carreira nos palcos da Broadway, boates e produções hollywoodianas (sendo o período áureo no cinema relativamente curto e coincidindo praticamente com a Segunda Guerra, entre 1940 e 1945). Porém, poucos viram (ou reviram)  os filmes, ou ao menos alguns dos filmes, seja o que restou no Brasil, nada deveras extenso,  sejam as extravagantes comédias musicais que estrelou ao lado de Betty Grable, Alice Faye, Don Ameche, Cesar Romero e um recorrente elenco de apoio na Fox. E, menos ainda, pararam para

Filme do Dia: Kaigenrei (1973), Yoshishige Yoshida

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Kaigenrei (Japão, 1973). Direção: Yoshishige Yoshida. Rot. Original: Minoru Betsuyaku. Fotografia: Motokichi Hasegawa. Música: Sei Ichiyanagi. Dir. de arte: Akira Naitô. Com: Rentarô Mikuni, Yasuo Miyake, Akiko Kurano, Tadahiko Sugano, Masako Yagi, Yasuyo Matsumura, Kei Iinuma, Kazunaga Tsuji. Anos 1930. Ikki Kita (Mikuni) é um radical de direita. Seu irmão mais jovem, após ter assassinado a liderança de um conglomerado financeiro, suicidou-se. Ele, por sua vez, monta um grupo de agentes para praticar um golpe de estado no país que pretende implantar uma lei marcial dando plenos poderes à figura do imperador. Embora algumas das ações sejam perpetradas com sucesso, Kita, angustiado, tortura a si próprio. Junto dele passa a morar o jovem soldado (Miyake) que  disse não ter tido coragem suficiente para praticar a ação terrorista planejada contra uma central elétrica. Já de início, a música eletrônica, os recortes elegantes não apenas da imagem, mas no interior dessa através de obj

Carta de um comentador do blog de Paulo Henrique Amorim

CARO PHA, triste reconhecer q vc tá certo. A bandeira do PT “virou” amarela. A estrela já não brilha. O sangue nas veias dos ministros DILMISTAS éh anêmico, sem força, descolorado. Os traíras(do Partido) se multiplicam, se acovardam, estão felizes com os seus cargos e doidos p/ re(a)fundarem o PT, colocando as cores tucanalhas em cima de um URUBU, e mudando o nome para PAMMM: Partido Amigo da Mídia, Mercado e MORO (ou Magistrado). FIM melancólico de um partido que NÃO LUTA MAIS, ACOMODOU-SE, VIROU PELEGO. Triste povo que um dia sonhou em ser dono do seu país: seu petróleo, suas riquezas minerais, sua terra, suas telecomunicações, sua independência nuclear, sua soberania … fazendo as contas, o último trabalhista a deixar o poder foi JANGO em 1964; para 2003, quando LULA assumiu, foram 39 anos! DILMA sai em 2015 ou 2018, mais 39 anos, igual a 2054 ou 2057! Estarei com 84 anos. Espero q os ENTREGUISTAS não tenham entregue o INSS à SEGURADORA AMERICANA AiG, como pretendia fazer FHC. E aí e

Filme do Dia: A Mulher Sem Cabeça (2008), Lucrecia Martel

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A Mulher Sem Cabeça ( La Mujer Sin Cabeza , Argentina/França/Itália/Espanha, 2008). Direção e Rot. Original: Lucrecia Martel.  Fotografia: Bárbara Álverez.  Montagem: Miguel Sverdfinger. Dir. de arte: Maria Eugenia Sueiro. Com: Maria Onetto, Claudia Cantero, César Bordón, Daniel Genoud, Guillermo Arengo, Inés Efron, Alicia Muxo, Maria Vaner. Verônica (Onetto), odontóloga, após ter atropelado o que acredita ser uma pessoa na estrada, passa a agir de modo estranho e maquínico com relação a seus amigos, parentes e no trabalho. O marido a tenta demover da idéia, achando que ela não atropelou mais do que um cachorro, porém ela descobre em um jornal que uma criança foi encontrada morta dentro de uma represa próxima ao local do atropelamento. Há muito de O Pântano , seu primeiro e ainda melhor longa-metragem: a elegância do enquadramento, o senso lacunar em que as personagens se movem em meio a famílias extensas,  o estranhamento da morte inesperada, a angústia. A elipse e a atmosfera

The Mindbenders - It's Getting Harder All the Time

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Cilla Black - Step Inside Love 1968

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Cilla Black se foi ontem, na Espanha...

Filme do Dia: On the Bowery (1956), Lionel Rogosin

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On the Bowery (EUA, 1956). Direção: Lionel Rogosin. Rot. Original: Richard Bagley, Lionel Rogosin & Mark Sufrin. Música:  Charles Mills. Montagem: C arl Lerner. Essa ficção próxima do documentário encenado de Rogosin e também seu primeiro filme é impressionante pela força que capta seus personagens, vivendo no submundo dos biscates e do álcool numa região tradicionalmente decadente de Nova York, assim como – e talvez sobretudo – pela dimensão visual que empresta ao seu ambiente, magistralmente enquadrado, iluminado e fotografado por alguém que parece ter uma familiaridade grande com a estética da fotografia fixa. O filme acompanha alguns desses “personagens”, sobretudo o recém-chegado Ray Sayler, que perde sua mala para um dos homens que manteve certa proximidade e o havia auxiliado, Gorman Hendricks. O filme acompanha momentos de Ray em bares, seja conversando e escutando casos atentamente, seja simplesmente saindo de si e sendo agressivo para os que se encontram próximos.

The Complete Stories by Clarice Lispector

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By  TERRENCE RAFFERTY There’s a whiff of madness in the fiction of Clarice Lispector. The “Complete Stories” of the great Brazilian writer, edited by Benjamin Moser and sensitively translated by Katrina Dodson, is a dangerous book to read quickly or casually because it’s so consistently delirious. Sentence by sentence, page by page, Lispector is exhilaratingly, arrestingly strange, but her perceptions come so fast, veer so wildly between the mundane and the metaphysical, that after a while you don’t know where you are, either in the book or in the world. “Coherence, I don’t want it anymore,” a character in one of her stories thinks. “Coherence is mutilation. I want disorder.” That character, a 37-year-old woman in melancholy flight from her husband or lover, has this revelation too: “It was a lie to say you could only have one thought at a time: She had many thoughts that intersected and were multiple.” Especially in the 1970s, in the last decade of Lispector’s life, when that sto

Filme do Dia: Christophe Colomb (1904), Vincent Lorant-Heilbronn

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Christoph Colomb (França, 1904). Direção: Vincent Lorant-Heilbronn. Rot. Original: Lucien Nonguet. Embora a extensão do que para a época tinha ares de super-produção possa igualmente sugerir o desenvolvimento precoce rumo a duração de filme de alguns anos após, marcada sobretudo pela produção de Griffith para a Biograph, não se trata exatamente do caso. Como em A Vida e Paixão de Jesus Cristo , trata-se de cenas relativamente isoladas que irão representar a travessia de Colombo e suas principais peripécias, que podiam ser exibidas de forma independente. Como nos filmes de Méliès de pouco antes (a exemplo do célebre Viagem à Lua ), as cenas se prolongam muito mais do que seria o habitual nos filmes de orientação mais precisa para a narrativa, ainda quando comparados aos “filmes de perseguição”, modelo que se situa entre este Primeiro Cinema e um cinema de maior organicidade narrativa. É o caso, por exemplo, de Colombo sendo recebido tal qual uma estrela de cinema pelos indianos e

Filme do Dia: O Gato Fritz (1972), Ralph Bakshi

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O Gato Fritz ( Fritz, the Cat , EUA, 1972). Direção: Ralph Bakshi. Rot. Adaptado: Ralph Bakshi, a partir dos personagens de Robert Crumb. Fotografia: Ted C.Bemiller & Gene Borghi. Música: Ed Bogas & Ray Shanklin. Montagem: Renn Reynolds. Certamente é sua aberta alusão a sexualidade e as drogas numa dimensão talvez inédita para um longa-metragem comercial de animação que chamou a atenção para esse filme, o que não deixa de ser um elemento condizente com o universo dos personagens do cartunista Robert Crumb (motivo do documentário Crumb ), que curiosamente pediria para que retirassem seu nome dos créditos. Porém, para além da alusão explícita a sexualidade, cópula e genitália masculinas e femininas, quase num radical processo de desrecalcamento de motivos não comumente associados com o gênero, principalmente no formato de longa-metragem, assim como uma menção mais restrita ao uso de drogas, talvez o que torma interessante essa animação aos olhos de hoje é o quanto ela repro

The Film Handbook#34: F.W. Murnau

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Max Schereck como o conde-vampiro cadavérico no clássico Nosferatu  de Murnau F.W.Murnau Nascimento : 28/12/1888, Bielefeld, Alemanha, Alemanha Morte: 11/03/1931, Santa Barbara, Califórnia, EUA Carreira  (como realizador): 1919-31 Dos 21 filmes realizados por Friedrich Wilhelm Murnau (nascido Plumpe) quase a metade se encontram hoje perdidos, enquanto os diversos que sobrevivem se encontram incompletos, mutilados ou raramente vistos. Na evidência, entretanto, de um punhado de filmes, sua trágica morte precoce roubou o mundo de um talento poético maior. Educado em história da arte e literatura, Murnau ganhou primeiro experiência no teatro sob os auspícios de Max Reinhardt. Após a I Guerra Mundial, durante a qual editou propaganda, voltou-se para a direção com Der Knabe in Blau . Os anos seguintes foram prolíficos, mas o mais antigo filme digno de nota é Nosferatu > 1 , um filme de vampiro baseado no clássico Drácula  de Bram Stoker e notável, não somente por sua verd

Filme do Dia: O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), Cao Hamburger

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O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (Brasil, 2006). Direção: Cao Hamburger. Rot. Original: Cláudio Galperin, Cao Hamburger, Bráulio Mantovani & Anna Muylaert. Fotografia: Adriano Goldman. Música: Beto Villares. Montagem: Daniel Resende.  Com: Michel Joelsas, Germano Haiut, Caio Blat, Daniela Piepszyk, Simone Spoladore, Liliana Castro, Paulo Autran. Em 1970, um casal leva o filho Mauro (Joelsas) de Minas para São Paulo,  no bairro judaico do Bom Retiro, onde mora o avô barbeiro Mótel (Autran), para buscar refúgio da repressão militar. Quando sabe da notícia, o avô não resiste e morre no trabalho. Sozinho, Mauro é acolhido pelo vizinho judeu ortodoxo Shlomo (Haiut). Inicialmente entrando em conflito com os costumes diferentes, Mauro, no entanto, fica próximo de Shlomo, da garota judia Hanna (Piepszky) e do amigo do pai Ítalo (Blat). Fanático por futebol, Mauro aguarda ansiosamente a promessa do retorno dos pais após a copa. Shlomo é levado pelos militares. Mauro passa  entã

João Gilberto - 1 - Chega de Saudade

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Filme do Dia: Quanto Vale ou é por Quilo? (2005), Sérgio Bianchi

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Quanto Vale ou é por Quilo? (Brasil, 2005). Direção: Sérgio Bianchi. Rot. Adaptado: Sabriana Anzuapegui, Eduardo Benain, Nilton Canito & Sérgio Bianchi, baseado no conto de Machado de Assis. Fotografia: Marcelo Corpanni. Montagem: Paulo Sacramento. Dir. de arte: Renata Tessari. Figurinos: Marisa Guimarães & Davi Parizotti. Com: Herson Capri, Ana Carbatti, Marcélia Cartaxo, Leona Cavalli, Caco Ciocler, Joana Fomm, Sílvio Guindane, Cláudia Mello, Danton Mello, Lázaro Ramos. Arminda vai trabalhar numa ONG que se propõe a implantar um projeto de informática na periferia mas descobre uma fraude e acusa publicamente o diretor da mesma. Candinho (Guindane), jovem desempregado e com uma mulher (Cavalli) grávida, cansa-se das pressões e da dificuldade de conseguir dinheiro e aceita a proposta de executar dois marginais da região onde mora. Diretor da ONG (Capri) se torna vítima de um seqüestro por parte do filho (Ramos) de sua faxineira. Uma escrava grávida fugitiva é capturada por

Marcos Valle - Samba Fatal

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Filme do Dia: A Dança dos Vampiros (1967), Roman Polanski

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A Dança dos Vampiros ( Dance of the Vampires ,   Reino Unido/EUA, 1967). Direção: Roman Polanski. Rot. Original: Gerard Brach & Roman Polanski. Fotografia: Douglas Slocombe. Música: Krzysztof Komeda. Montagem: Alastair McIntyre. Dir. de arte: Wilfred Shingleton & Fred Carter. Figurinos: Sophie Devine. Com: Jack MacGowran, Roman Polanski, Alfie Bess, Jessie Robbins, Sharon Tate, Ferdye Mayne,  Iain Quarrier, Terry Downes.        O professor Abronsious (MacGowran) e seu fiel ajudante, Alfred (Polanski) viajam a Transilvânia para investigar os mistérios associados a existência de vampiros. Após alguns dias na taverna de Shagal (Bess), Alfred passa a se interessar pela atraente filha de Shagal, Sarah (Tate), mas ela é seqüestrada pelo vampiro-mor da região, o Conde von Krolock (Mayne). Abronsius e Alfred seguem o estranho Koukol (Downes) até o castelo de von Krolock, onde são muito bem recebidos. A recepção, no entanto, não esconde os interesses, tanto do conde de apresent