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Filme do Dia: Paprika (2006), Satoshi Kon

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Paprika ( Papurika , Japão, 2006). Direção: Satoshi Kon. Rot. Adaptado: Satoshi Kon & Seishi Minakami, baseado no romance de Yasutaka Tsutsui. Fotografia: Michiya Katou. Música: Susumu Hirasawa. Montagem: Takeshi Seyama. Dir. de arte: Nobutaka Ike. Um  trio de cientistas, Chiba, Tokita e Shima, consegue desenvolver um aparelho que recorda e exibe os sonhos. O aparelho é roubado por um desconhecido e a pessoa utiliza o invento para se chegar ao limite em que os sonhos podem invadir a realidade. O trio,  com ajuda da figura imaginária de Paprika, decide tentar reaver o controle sobre a máquina, assim como a própria realidade, transformada em caos. A impressionante criatividade de Satoshi, precocemente falecido, em seu último filme completado, curiosamente se faz valer a partir de traços de uma animação extremamente realista, característica comum ao anime japonês. Porém os traços realistas não conseguem conter a explosão de originalidade que parece mimetizar os próprios mecanis

Filme do Dia: Cinema de Lágrimas (1995), Nelson Pereira dos Santos

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Cinema de Lágrimas (Brasil, 1995). Direção: Nélson Pereira dos Santos . Rot. Adaptado: Silvia Oroz & Nélson Pereira dos Santos, baseado no livro Melodrama: O Cinema de Lágrimas da América Latina , de Oroz. Fotografia: Walter Carvalho. Música: Paulo Jobim. Montagem: Luelane Corrêa. Cenografia e Figurinos: Silvana Gontijo. Com: Raul Cortez, André Barros, Christiane Torloni, Patrick Tannus, Cosme Alves Neto, Silvia Oroz.       A morte misteriosa da mãe (Torloni), quando tinha quatro anos, faz com que o hoje famoso diretor de teatro Rodrigo Ferreira (Cortez), contrate o jovem estudante Yves (Barros), para acompanha-lo em suas pesquisas na cinemateca mexicana. Sempre esquivo, o jovem revela os trágicos motivos que o afastaram de Rodrigo (envolvimento com drogas, AIDS) e, após seu retorno ao Brasil, manda-lhe uma carta, onde afirma que encontrara o filme que Rodrigo há tanto buscava. Esse o assiste e se emociona, achando ter encontrado Yves num festival que homenageia o Cinema Novo.

Bach, Kyrie Eleison, Missa H-moll BWV 232

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Filme do Dia: Every Child (1979), Eugene Fedorenko

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Every Child (Canadá, 1979). Direção: Eugene Fedorenko. Rot. Adaptado: Derek Lamb, a partir do conto Les Mimes Electriques , de Bernard Carez & Raymond Pollender. Tocante animação canadense que através de recursos simples, tanto em termos de animação como de desenvolvimento dramático, apresenta a história de um bebê que é renegado por todos os moradores de uma vila de casas até ter seu carrinho acidentalmente parado na moradia improvisada de dois homens, aparentemente artistas mambembes, que se interessam pela criança. Destaque para a família com a qual o desenho segue a maior parte do tempo, cujo cachorro, crescentemente irritado com a falta de atenção que lhe é dispensada, apela dramaticamente para que o casal de idosos se desfaça da criança. De quebra, possui uma moldura, presente ao início e final, que sugere elementos da própria produção, assinalados pelos efeitos sonoros, propositalmente acentuados como efetuados pela própria boca dos animadores, a trilha do filme e o

UK Mentality

something that pissed me off radio one of players wife had died 1 announcer was just commentating the other announcer was going on and on that the mood is depressed like he was in  mourning everyone should be in mourning for something completely un-related there's a death - they all latch onto it - they all revel in it it's like a death cult there are massive funerals here especially kids they have HUGE expensive funerals . funerals with exceptional weirdness - would show you photos they're all competing with each other - cult of death and funeral tourism -- thousands will turn up to funerals of people they don't even know and there is a weird atmosphere - you can tell as if, if anyone questions the group mentality - they don't  look glum - fit in with the minset - as the radio presenter wanted then they turn vicious - they would attack stemming on from the huge mass mourning over diana or in "

Filme do Dia: Amistad (1997), Steven Spielberg

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A mistad ( Amistad , EUA, 1997) Direção: Steven Spielberg . Rot.Adaptado:  David H. Franzoni & Steve  Zaillian, baseado no livro Black Mutiny, de William Owens. Fotografia: Janusz Kaminski. Música: John Williams. Montagem: Michael Kahn. Com: Morgan Freeman, Nigel Hawthorne, Anthony Hopkins, Djimon Hounsou, Matthew McConaughey, Pete Postlethwaite, Stellan Skarsgård, Anna Paquin.        Em plena expedição de tráfico negreiro da África para os EUA, Cinqué (Hounsou), lidera uma rebelião, após assistirem paralisados de terror o massacre de um grupo de negros jogados ao mar, por excesso de carga. O abolicionista negro Theodore Joadsen (Freeman) e o idealista advogado Baldwin (McConaughey) participam da defesa do julgamento, enquanto Holabird (Postlewaite) é o promotor. Instado a fazer sua própria defesa, Cinqué passa a ser considerado líder dos negros, após a estratégica visita de Joadsen e Baldwin a região portuária, onde encontram um marinheiro, que passa a servir de intérpret

The Film Handbook#21: François Truffaut

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Jean-Pierre Léaud e Kika Markham no lírico e infelizmente negligenciado Duas Inglesas e o Amor / Les Deux Anglaisies et le Continent François Truffaut Nascimento: 06/02/1932, Paris, França Morte : 21/10/1984, Paris, França Carreira (como diretor): 1955-83 O mais bem sucedido comercialmente dos realizadores da Nouvelle Vague , François Truffaut trabalhou em uma variedade de gêneros e humores, frequentemente dentro de um mesmo filme. E ainda ao longo de sua carreira, seus interesses temáticos (a importância e dor do amor, a relação da vida com a arte, a natureza misteriosa das mulheres) permaneceu constante. Truffaut emergiu de uma infância semi-delinquente com a fanática paixão pelo cinema desenvolvida durante a frequente falta as aulas; após desertar do exército, foi tomado sob a asa do celebrado crítico de cinema André Bazin , que lhe deu um trabalho como crítico do Cahiers du Cinéma , onde além de conhecer   Godard , Rohmer , Chabrol e Rivette, Truffaut formularia sua p
There is always a moment in Balzac's descriptions of the world where the eye's photographic registration of objects yields to the mind's effort to pierce surface, to interrogate appearences. In Le Père Goriot , after a few initial lines of description of Mlle Michonneau, the narrator shifts into the interrogatory: "What acid had stripped this creature of her female forms? She must once have been pretty and well-built: was it vice? sorrow? greed? Had she loved too much, been a go-between or simply a courtesan? Was she expiating the triumphs of an insolent youth?" (2:855) Reality is for Balzac both the scene of drama and mask of the true drama that lies behind, is mysterious, and can only be alluded to, questioned, then gradually elucidated. Peter Brooks, The Melodramatic Imagination , p.2.

Filme do Dia: La Ciudad en la Playa (1961), Ferruccio Musitelli

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La Ciudad en la Playa (Uruguai, 1961). Direção: Ferruccio Musitelli. Curta em 16 mm que explora, em formato de crônica, tendo como suporte sobretudo a música e a edição, o cotidiano de veranistas em uma faixa de praia. Sem diálogo ou voz over, o filme parece, em determinados momentos, seguir uma certa seleção por motivos. Por exemplo, crianças brincando, noutro mulheres se despindo, noutros cenas de carinho entre casais, etc. Há uma dimensão distanciada, como da observação que se põe algo à parte, ainda que próximo ao seu final, uma inserção mais explícita da presença de seu realizador filmando se torne presente a partir das tomadas aéreas de um helicóptero que atraem a atenção da maior parte dos presentes no local, por mais que destoe do estilo presente ao longo do filme, centrado sobretudo entre planos curtos e fixos e outros com grande mobilidade de câmera. Uma forte presença de embarcações também de lazer surge a determinado momento. Seu tom despretensioso e aparentemente tamp

Oscars 2015: Italian Media, Viewers Criticize "In Memoriam" Snub of Francesco Rosi

Somente hoje, com alguns meses de atraso, soube da morte do grande realizador italiano Francesco Rosi, mestre de um cinema de preocupações políticas. Sem conseguir copiar o interessante obituário que li sobre ele em The Guardian, transcrevo abaixo uma matéria postada sobre a esnobada totalmente desmerecida que a Academia de Hollywood deu ao não inclui-lo em sua homenagem as personalidades do cinema falecidas recentemente. ***** T he Academy Awards' annual "in memoriam" tribute on Sunday night left out a man who is widely considered one of Italy’s greatest directors,   Francesco Rosi . The snub, which came in addition to snubs of the likes of Elaine Stritch  and  Joan Rivers , drew criticism in the Italian media. Italy’s  Cinecitta News  commented that Rosi was forgotten by the Academy.  Rai News  also ran a story about the snub and used the headline “Oscar Shame.”  La Repubblica  and  Il Messaggero  called the oversight a gaffe. And numerous people on Twitter, who we
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Filme do Dia: Une Idylle à la ferme (1912), Max Linder

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Une Idylle à La Ferme (França, 1912). Direção e Rot. Original: Max Linder . Com: Max Linder e Suzy Depsy. A comicidade do filme gira em torno da contraposição entre o dandismo do personagem de Linder e os modos rústicos que requerem uma vida voltada para uma fazenda – já que o dândi pretende se engajar com a filha de um fazendeiro. O estilo de Linder é bem mais discreto do que os burlescos norte-americanos e talvez uma maior ênfase no caráter desastrado de seu personagem (com resultados positivos, diga-se de passagem, ao menos para o olhar contemporâneo) já seja uma rendição a influência do burlesco anglo-saxão na França, em filmes posteriores como Coiffeur par Amour (1915). Os planos dos filmes de Linder são incomparavelmente mais longos do que os norte-americanos realizavam contemporaneamente, demonstrando o estilo diferenciado de filmagem europeu, onde a encenação ganha ascendência sobre a montagem. Em termos visuais, o resultado é bem menos sofisticado do que as produções d

Crosby, Stills, Nash & Young - Woodstock

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Filme do Dia: Beijos Roubados (1968), François Truffaut

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Beijos Roubados ( Baisers Volés , França, 1968). Direção:  François Truffaut. Rot. Original: François Truffaut, Claude de Givray &  Bernard Revon. Fotografia: Denys Clerval. Música: Antoine Duhamel. Montagem: Agnès Guillemot. Dir. de arte: Claude Pignot. Com: Jean-Pierre Léaud ,  Claude Jade, Daniel Ceccaldi,  Claire Duhamel, Delphine Seyrig ,  Michel Lonsdale,  Serge Rousseau,  Harry-Max,  André Falcon,  Catherine Lutz,  Jacques Rispal,  Martine Brochard.        Dispensado do serviço do Exército, por instabilidade emocional, Antoine Doinel (Léaud) vai diretamente a um prostíbulo. Depois  vai procurar a família protetora, os Darbon. Enquanto a mãe lhe conta que Christine (Jade), sua filha e objeto do amor de Doinel se encontra viajando com amigos, Lucien Darbon (Ceccaldi), liga para um amigo afim de que encontrem uma vaga como porteiro para o jovem. Doinel, acaba não se mantendo durante muito tempo no hotel, já que permite que a Sra. Colin (Brochard) seja pega em adultério p

Filme do Dia: O Desafio (1965), Paulo César Saraceni

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O Desafio (Brasil, 1965) Direção e Roteiro: Paulo César Saraceni. Fotografia: Guido Cosulich. Montagem: Ismar Porto.  Cenografia: José H. Belo. Com: Isabela, Oduvaldo Vianna Filho, Gianina Singulani, Sérgio Britto, Luiz Linhares, Joel Barcellos, Hugo Carvana, Maria Bethânia.         Ada (Isabela) e Marcelo (Filho) se encontram em um carro mudos. Pouco a pouco iniciam um diálogo. Marcelo demonstra sua insatisfação com o rumo que as coisas vão tomando no país após o golpe militar. Fala de um colega  seu da redação da revista em que trabalha que foi despedido e quando procurou o motivo, foi acusado de ser subversivo. Ada procura encontrar o motivo da crescente inquietação de Marcelo no trabalho, mas este descarta dizendo que se encontra entusiasmado com o mesmo. Logo ficamos sabendo que Marcelo é amante de Ada, enquanto seu marido é o empresário Mário (Britto), que se encontra preocupado com a crescente insatisfação da esposa, não se importando com suas amizades de esquerda, desde

Filme do Dia: A Solidão de uma Corrida Sem Fim (1962), Tony Richardson

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  A Solidão de uma Corrida Sem Fim ( The Loneliness of the Long Distance Runner , Reino Unido, 1962). Direção: Tony Richardson. Rot. Original: Alan Sillitoe, baseado em seu próprio argumento. Fotografia: Walter Lassally. Música: John Addison. Montagem: Antony Gibbs. Dir. de arte: Ralph W. Brinton. Figurinos: Sophie Harris. Com: Tom Courtenay,  Michael Redgrave , Avis Bunnage,  Alec McCowen,  James Bolam,  Joe Robinson, Dervis Ward, Topsy Jane,  Julia Foster,  Peter Madden, Philip Martin.         Colin Smith (Courtenay) é um jovem proletário sem maiores perspectivas de futuro. Seu pai (Madden), operário, convalesce de uma doença cardíaca terminal, enquanto sua mãe (Bunnage) não se constrange em trazer o amante para casa antes mesmo da morte do marido. Smith se refugia desse cotidiano cinzento planejando pequenos delitos com o amigo Brown (McCowen), conhecendo Audrey (Jane). Juntamente com Brown, Audrey e Gladys (Foster), amiga de Audrey e namorada de Brown, partem para umas pequena

Filme do Dia: L'Ange de Noël (1904), Georges Méliès

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L’Ange de Noël (França, 1904). Direção: Georges Méliès. Garota é incentivada por seu desesperado pai, preocupado com a saúde da mãe e das finanças familiares, a buscar dinheiro na rua, esmolando. Ela tenta em vários locais sem sucesso e sendo sucessivamente espezinhada seja pelas pessoas que pede, seja por outros pedintes. Estafada, cai sobre a neve sendo acolhida por um rico casal, que se apieda de sua situação e a leva, juntamente com bastante comida e a quitação das dívidas do aluguel para a casa de seus pais, onde a mãe já reestabelecida, juntamente com o pai,  preocupava-se intensamente com qual teria sido seu destino. Essa produção é pouco evocativa do estilo do realizador, não apenas pelo grande encadeamento dos fatos narrados, inclusive para os padrões de realizadores mais próximos de se dedicarem a um cinema menos afeito a tirar partido primordialmente de seus efeitos, como por seu teor melodramático, antecipador de luminares futuros do estilo em sua sentimentalidade e

Chile pune barão da mídia. No Brasil...

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O Tribunal de Ética e Disciplina do Colégio de Jornalistas do Chile aprovou nesta semana a expulsão de Augustín Edwards Eastman, 87 anos, proprietário do Grupo El Mercurio, que controla os jornais El Mercurio e La Segunda e outros veículos de comunicação no país. O poderoso império é parceiro da Globo no Grupo de Diários da América (GDA), que reúne os barões da mídia da América Latina. O empresário foi expulso do Colégio de Jornalistas por apoiar o golpe militar e a sanguinária ditadura no Chile, que torturou e matou milhares de opositores. Segundo a entidade, a decisão é "histórica". Há farta documentação que comprova que o empresário Augustín Edwards recebeu, no início dos anos 1970,  dinheiro da famigerada CIA para desestabilizar o governo eleito democraticamente de Salvador Allende. "As suas ações ajudaram a implementar o golpe de estado em 11 de setembro de 1973", afirma o órgão dos jornalistas. Na sequência, os seus veículos de comunicação, em especial o

Filme do Dia: Charlotte et son Jules (1960), Jean-Luc Godard

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Charlotte et son Jules (França, 1960). Direção e Rot. Original: Jean-Luc Godard. Fotografia: Michel Latouche. Música: R. Monsigny. Montagem: Cécile Decugis & Jean-Luc Godard. Com: Jean-Paul Belmondo, Anne Collette, Gérard Blain. Charlotte (Collette) retorna ao apartamento de seu antigo namorado, Jean (Belmondo) e ele cria expectativas de que, esteja, na verdade, retornando para ele, quando de fato, apenas veio pegar a sua escova de dentes e seu novo namorado (Blain) a espera do lado de fora do prédio. Curta que Godard realizou provavelmente antes de Acossado , embora tenha sido lançado posteriormente. Aqui, ao contrário de Charlotte et Véronique , o projeto se encontra ainda mais vinculado ao controle de Godard (no outro o roteiro era de Rohmer , o que dava uma estranha configuração de uma trama bem rohmeriana mas filmada no estilo mais próximo de Godard ). Porém, se o resultado pode ser observado como um ensaio para uma das mais célebres sequencias de seu primeiro longa, a

The Film Handbook#20: John Ford

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"Ok Sir?" Wyatt Earp (Henry Fonda) contempla a aparência de seu corte antes de ir ao curral em Paixão dos Fortes , de Ford John Ford Nascimento:  1/02/1895, Elizabeth, Maine, EUA Morte : 13/08/1973, Palm Desert, Califórnia, EUA Ao retratar, ao longo de uma longa e prolífica carreira, a história dos Estados Unidos das guerras revolucionárias à Segunda Guerra Mundial, Sean Aloysius O'Feeney (seu nome de batismo) continuamente recorreu a uma forma de lenda profundamente pessoal e nostálgica. Se não há dúvida de sua importância para o desenvolvimento do western, sua singularmente sentimental e poética glorificação da conquista branca do deserto americano é tanto pitoresca quanto reacionária. Filho de pais irlandeses, Ford se uniu ao seu irmão-diretor Francis em Hollywood em 1914, sendo dublê, atuando e sendo assistente de figuras como Dwan  e Griffith   (de cujo O Nascimento de uma Nação ele aparece como um dos cavaleiros da Ku Klux Klan). Em 1917 ele passou à dir