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Meu Caro Diário, 11/09/2005

(...) Foi só me vangloriar de que havia superado essa etapa para o desejo vir não incontrolável, mas necessário. Depois de uma consulta nonsense com um clínico geral onde falei a respeito do formigamento na altura do pulmão e que ele passou uma centena de exames inclusive uma “chapa do peito” acabei (...). Ontem o dia estava belo e intenso, como a própria Alessandra, companheira de moradia de Orlando, afirmara. Chamei-a para assistir um filme japonês comigo no CCSP e fiquei lendo a biografia de Mishima, que leio a conta-gotas toda vez que vou ao mesmo. Quando estava no auge da leitura e do relaxamento, como se estivesse numa praia, um dos momentos que me lembro de ter me sentido mais relaxado aqui em São Paulo, sentado numa cadeira individual na seção de leitura de jornais – a sala do audiovisual estava já completamente ocupada - e com o pano já completamente amarrotado, com água mineral, guia cultural da Folha de São Paulo, livro sobre Ozu (que nem cheguei a folhear) do lado e lendo

Meu Caro Diário, 06/03/2005

Domingo. Finalmente com quase tudo em mãos. Foi cansativo mas valeu e também a ajuda do Ney. Trouxemos todas as coisas dos apartamentos de Josué e Orlando e já redijo – inclusive essas mal traçadas linhas – há algumas horas no computador. Que alívio! Só não retomei a tese, pois a última versão está aguardando ser baixada da Internet e por enquanto ainda não possuo essa regalia. Vou tentar fazer isso amanhã pela USP. É noite. Vou fazer minha primeira bananada agora.

Meu Caro Diário, 20/05/2005

obviamente que a data da última mensagem está equivocada, pois foi terça e hoje é domingo. Ontem, aconteceu um estranho ato de mediunidade. Enquanto esperava um filme no Conjunto Nacional tocou um longo tempo na minha cabeça um tema instrumental do Pink Floyd. Depois, no filme que vi, o tema apareceu pelo menos uma meia-dúzia de vezes ao longo do filme, que se chama Bongiorno Notte , de Bellocchio sobre o sequestro de Aldo Moro. Luíza me acordou hoje cedo, mas fez bem pois já eram quase 10 da manhã. É um belo dia de sol, resta saber se quero fazer algo com ele. Ir visitar Luíza, não a amiga, mas a sobrinha? Ver outro filme? Ficar em casa mofando? Ir caminhar? Sinto-me ainda tão indisposto que é bem capaz que acabe ficando por casa.

Meu Caro Diário, 28/09/2004

ontem tive um dia que mal pisei no chão. Fui no Henri entregar a fita sobre Pelechian que ele havia me emprestado e ele me cobriu de elogios, afirmando que meu trabalho fora o melhor que já lera nos dois anos e meio que se encontra na USP. Como fiquei lisonjeado com tal afirmação. Disse também, melhor de tudo, que me recomendara a ninguém menos que o Ismail Xavier. E também que entregara o texto à montadora de seu filme, que estava por lá no momento que passei para entregar a fita. Desde domingo estou num pique de euforia que tenho até medo que venha notícia ruim essa semana. Desde quando fui caminhar no Parque Villa-Lobos, pensando que ficar em casa seria o mesmo que pedir para que a solidão e a depressão batessem à porta. Curioso, não ter me referido ao passeio no parque no próprio dia. Hoje passei o dia completamente em casa. Acordei super-cedo, me masturbei, tomei um banho,fui ao super-mercado e desde então estou às voltas com esse computador, acabando de confeccionar o trabalho d

Meu Caro Diário, 16/08/2005

16/08/05 – terça. Dia meio catatônico, após a troca de mensagens que aparentemente resultou no meu rompimento de amizade com ela. Sem ela e Firmino voltar para Fortaleza parece um projeto ainda mais desanimador. Mas não posso retroceder se não quiser ferir a mim mesmo. Tenho que ser menos dependente das pessoas, ao final das contas. (...)

Meu Caro Diário, 12/05/2004

 quarta – encontrei Jakson e Dark hoje no terminal rodoviário. Estava me sentindo cansado e meio estressado com o trânsito lesma da USP até a Paulista, onde tinha que devolver um livro na biblioteca da FIESP. Depois peguei um metrô e, pela primeira vez – infelizmente – sem o meu passe gratuito, que tragédia! Foi bom falar com eles, estar com eles. Senti Dark mas desprendida. Eles embarcaram para Bariloche. Fiquei com inveja mais da (sic) viajem em si que propriamente da relação deles. Acho que já vivenciei algo semelhante e não sinto a menor nostalgia, pelo menos no momento. Hoje teve aula de Ismail e ele foi novamente brilhante fazendo uma análise de São Bernardo . No final da aula, no meio do assédio generalizado, fiz uma pergunta e ele me respondeu de forma tão simpática, ele é a simpatia em pessoa. O meu amigo gay, André, estava arrasado, pois seu gato, companheiro de oito anos, teve que ser sacrificado hoje. Consegui me desvencilhar dele hoje com uma certa sinceridade, já que pen

meu caro diário, 30/09/05

Sexta. Manhã com friozinho gostoso e céu azulão. Escutando My Funny Valentine e canções de Sinatra com Tommy Dorsey e respondendo um e-mail amargo a respeito de Fortaleza e suas primeiras experiências após o retorno: cara joceny, acabo de acordar por aqui numa manhã de sol mesclada com um friozinho serrano que tanto me agrada - essa mistura de sol e frio me faz muito lembrar dos dias também de primavera em toronto, só que lá o frio era bem mais brabo. vivo no que duas pessoas que vieram aqui em momentos diferentes compararam a um "studiô" na França, com teto baixo (deve ter sido originalmente um sótão) e um cômodo só onde cohabitam quarto, cozinha e uma área pequena onde degusto minhas refeições e estendo a roupa lavada, assim como a cozinha, esses dois últimos separados apenas por um gigantesco armário de roupas. tentei desesperada e um tanto fantasiosamente me apegar a idéia de uma nova seleção por aqui, mas soube ontem de um amigo da usp que nem mesmo na fantasia

Meu Caro Diário, 03/04/14

Mais pareciam flocos de neve as gotas de chuva que caiam iluminadas pelo sol do início da manhã que descobri ao virar sobre meu próprio eixo da cozinha e olhar o janelão. Não se tratava apenas de uma questão de iluminação, mas igualmente de ritmo. Agora já é passado.

Meu Caro Diário, 27/04/2010

27/04 – terça. Dia D. Acordei as 5h. da manhã e a pobre da Cris acabou me convencendo de ir me deixar no terminal rodoviário para pegar o ônibus para Mamanguape realizar a prova escrita que aguardo desde que aqui por estas terras cheguei, dois meses atrás. Não consegui pegar o de 6, mas sim o de 6h50. Isso não foi impedimento maior pois a própria banca chegou atrasada e a avaliação começou de fato as 8h50 da manhã. Entreguei a prova quando nem havia se completado metade do tempo (10h50), o que me deixou com certa sensação de culpa. Havia feito o possível para ficar distanciado da massa e consegui. Apenas vez por outra cheguei junto de Serjão, para que ele não ficasse desconcertado comigo. Várias coisas positivas ocorreram. Primeiro, o ponto sorteado (interacionismo simbólico) que, de certa forma, deve  me ter favorecido, pois não é exatamente algo que se trabalha comumente em sala de aula, além de cerca de metade dos 25 candidatos inscritos e homologados não ter comparecido a prova.

Meu Caro Diário, 03/09/13

minha estrutura praticamente colapsou hoje. (...) Desde então já devo ter escutado mais de vinte vezes Three Times a Lady com o Commodores e cada vez fico com vontade de escutar ainda mais – redescobri esse final de semana em Jampa. Amanhã viajarei para Manaus. Pela manhã resolvi algumas coisas práticas, paguei contas, peguei roupa limpa – e minha camisa nova de botão de madrepérola que havia usado somente uma vez não veio no lote. post scriptum: para além da maluquice desses dias, acho tocante a expressão por volta de 03:00 da garota negra, completamente imersa na atmosfera da canção

Meu Caro Diário, 06/05/2004

Vi um cartaz no posto próximo do metrô onde estava escrito “encontrei cão preto com coleira marrom” e o número do celular. Fiquei imaginando como o bichano estaria sendo tratado. Com o mesmo desprendimento que são os reféns ricos em casas de pobres? Ou com o mesmo apreço que o cartaz de letras vermelhas sobre fundo amarelo havia sido confeccionado? Qual o interesse de quem pôs o anúncio? Receber uma régia – e o termo me faz lembrar Ismail ontem, afirmando que fora muito bem pago pela Globo para oferecer palestras no Projac, mas não “regiamente”, como reproduzira um aluno – recompensa ou apenas ou apenas fazer o bem ser ver a quem? O bichano teria pose de aristocrata? Agora escuto Chet Baker no CCSP em uma canção que não reconheço. Esta manhã saí de minha letargia afásica quando percebi a complicação no qual me vi envolvido com a babaquice de um termo de contrato da CAPES que não pode reconhecer firma aqui e tive que importunar o povo lá de casa. Tentei Van Carder e Cris, mas eles ficar

Meu Caro Diário, 06/06/2005

– acordei, como todos os últimos tempos, sem a menor das motivações. Pelo menos acordei um pouco mais cedo, uma hora mais que a média dos últimos dias, por volta de 9 e meia. Fiz minha flexões de sempre para tentar acordar e me motivar. Liguei o computador e fui na Internet ver o site climatempo para ver se haveriam mudanças drásticas no clima para os próximos dias mas felizmente não. Fiz meu lanche e o comi antes disso. Depois da ginástica tomei banho e saí serelepe pela Heitor Penteado até o BB da Cerro Corá, mas apesar de ter sacado os 550 paus para pagar a kit, como sempre, tinha que ter um imprevisto: esqueci a agenda com o número da conta dos senhorios. Peguei um ônibus para voltar e acabei resolvendo tudo numa agencia do itaú aqui pertinho. Bem, pelo menos, caminhei e de qualquer maneira teria que voltar pois tinha que pegar o vila mada para usp. Na USP almocei por volta das 13 h. depois fui ler um texto de Maria Helena Rolim Capelato sobre varguismo e peronismo. Desse último pu

Meu Caro Diário, 04/04/04

 agora é um final de tarde meio cinza, mas não muito frio. Estou no CCBB para asssitir a  Mostra Jean Rouch. Quando cheguei – uma hora antes – já haviam algumas pessoas – J.C. Bernardet, indefectivelmente entre eles. Tive que me forçar a vir, pois havia chovido um pouco e o fato de ser domingo sempre me arrasta a um estado de inércia que depois se transforma numa espécie de melancolia. Depois que saio, como sempre, há uma espécie de alívio instantâneo. Hoje acordei já quase 11 horas, tomei café e corri para o computador, para começar a formatação do texto que vou enviar ao SOCINE. Depois de muito burilar, colar e recortar, gostei do resultado final. Joceny enviou um mail com n categorias para quem trabalha com cinema (cursos, congressos, festivais, etc.). Quando Josué saiu pela manhã, fiquei saudoso e telefonei para Fortaleza, falando com Vanda e Flávia (esta última, por motivos bem práticos, que é o envio de algumas fitas de vídeo para que eu possa dedicar mais tempo ao trabalho de

mensagem para Joceny, 05/09/2005

Como vão as coisas? Por aqui tudo indo. Ontem completei 37 nos couros e talvez o maior presente tenha sido a exibição de Vilas Volantes na TV Cultura, embora aqui pegue mal a Cultura e uma saída para o cinema com Luíza para assistir a um filme maravilhoso de Amos Gitai, o israelense,  chamado Alila. Não falei nada para ela, pois apenas queria curtir sua presença, da maneira mais espontânea possível, sem a menor sombra de culpa ou felicitações por não saber sobre, afinal nem tinha a menor obrigação para. Estou escutando o primeiro disco dos Beatles e me lembrando da época dos “primeiros amores” na UECE, (...).   É como minha amiga Luíza, psicanalista, falava ontem, não há como fugir do desejo se se quiser viver. Ainda que ele possa fazer sofrer ou temer. E vão por terra todos os clichês sobre agressividades vividas em relações. As pessoas falam tanto de São Paulo como a cidade da solidão e até foi exibido um Globo Repórter sobre o tema outro dia,

meu caro diário, 08/03/14

Sessão-Desabafo: Vivemos numa porra de país que os serviços são péssimos e extorsivos. Estou há um mês com a internet com problemas, tentando ter toda a paciência do mundo e mais um pouco, e até agora o problema não foi resolvido – a outra opção será cancelar o plano e pagar outro duas vezes mais caro, com a porcaria de um combo que não necessito. As vezes para a simples operação de se abrir uma mensagem de e-mail estou levando uns 10 minutos. Chega uma conta do plano de saúde com cobranças de algo que não se encontra discriminado e que é praticamente o dobro do valor normal da conta e o plano não possui um SAC que atenda celular. Vou eu ligar para o atendimento pelo telefone fixo e gasto 18 reais numa única ligação, pois o plano da minha operadora de celular é essa beleza quando se trata de ligar para fixo. E pior, fico sem crédito, para ligar para a operadora de internet. Vai se tornando um círculo vicioso, que você não sabe mais onde começa e onde finda o erro...

Meu Caro Diário, 01/09/2007

Marquei com ele [Orlando] de almoçar no Divina Comida, mas estava tão ávido e faminto que não o esperei dar um toque e ele já me deu o toque diante do restaurante e eu já estava no meio do almoço. Sugeri que fossemos ao chinês da Santos Dumont que acreditava que ele gostaria mais e que eu comeria uma sobremesa por lá. Foi o que fizemos. Depois ele inusitadamente me convidou para a Kabumba e nós (sic) fmos. Ficamos debaixo do barracão maior. Rolava um som tipicamente kabumba, como  Podres Poderes  de Caetano e  Hey Joe  com (sic) Jimmy Hendrix, que diz muito dos próprios donos. Tomei água de coco e pedi uma caipirinha. Insisti tanto para pagar minha caipirinha e ninguém me atendeu no meio da balbúrdia e do estresse que tava lá no balcão que acabei dando um toque para Orlando para irmos embora assim mesmo. E assim o fomos. A noite Cris me falou que havia saído o edital para o BNB Cultural 2009. Depois de muito penar, acabei encontrando os editais certos.    Acho que vou concorrer com a

Meu Caro Diário, 01/06/2007

Domingo. Ontem consegui verter algumas lágrimas. Fazia muito tempo que não o fazia. Apenas uma isolada quando assistira Mutum , o penúltimo filme que vi no cinema. Não resisti porém a grandeza do Oratório de Natal de Bach, sobretudo a primeira peça. Os finais de semana tem sido via de regra tristes. No passado, ao menos ainda fui ver um filme com Orlando. O estranho é que é a única pessoa que acho que posso contar no final de semana. Já devo estar enchendo o saco. Dando uma de Linda Gondim. Ontem fui a uma atividade na Unifor que me pegou boa parte do tempo. Depois, justamente quando havia acabado de me emocionar com Bach chegou Berga para dar uma olhada no computador. Ele havia vindo na sexta, mas aparentemente tudo estava ok e o computador havia ligado. Porém, a fonte não resistiu muito tempo. Quando voltei da aula o computador já havia se ido. Tenho que marcar essa data 29/06, por volta das 15 horas. Foi quando ocorreu o pico de energia que me fez ver uma nuvem de

Meu Caro Diário, 24/04/2011

 domingo. Acabei de me despedir de Vancarder, cerca de duas horas atrás. Voltei e revi foto por foto as cercas de 500 que tiramos no feriado. Algo de meio óbvio me veio a mente. A beleza da vida representada pelo movimento (crianças se jogando no rio em Morretes) e pela ausência dele (prédios, velhos em bancos de praça). O fluxo que escorre lentamente e nos faz também mais gordos – pesei-me em Morretes e para meu horror me descobri com 73 quilos, novo recorde! O fato é que as fotos me levaram a um mundo bem mais telúrico e intenso do que o cotidiano cinza da universidade. Porém, um prazer deslocado, prenhe da alienada necessidade de sobrevivência. Fugir da rotina, no feriado, foi de certo modo a confirmá-la. Pois os dias de exceção somente existem para confirmar a regra. Que assim o seja, pois d´outro modo acho que não me acharia, antes perderia o restante de razão que ainda possuo. Talvez a maior parte das melhores fotos tenham sido efetivadas por Vancarder, assim como talvez algumas

Meu Caro Diário, 24/01/2006

 O mês de janeiro se esvai como a tarde, com sua luminosidade dourada e eventuais bandos de andorinhas. E eu novamente com a idéia fixa de um plano com câmera fixa a escutar o “noturno” de Chopin. Hoje, ao contrário das diversas saídas de ontem, passei o dia em casa. Acordei tarde para os novos padrões daqui, por volta de 9, 9 e meia. Ainda há tempo de ver 2 dos 3 filmes que havia programado para o dia na tv a cabo: “The Lost World”, típico sci-fi b completamente desclassificável, mas que me provocou prazer de assistir e o primeiro longa de Buster Keaton. Depois almocei. Escrevi resenha sobre um deles. Dormi. Escrevi sobre o outro. Li agora um pouco de Graciliano. Completamente imerso em meu mundinho mesquinho de pensamentos e sensações. Desde ontem sob o efeito do antibiótico para combater a farin/laringite que me acometeu, e que provavelmente também fez Iraíde como vítima. Por sinal, vou ter que interromper essas notas pra tomar um xarope também receitado pela doutora. Hoje Mamãe rel

Meu Caro Diário, 24/09/2005

 Sábado. Atendi ao convite da Lia de ir até a Pinacoteca. Sinto-me agora meio morto-vivo e isso diz respeito a duas coisas. A primeira o fato de ter dormido mal três noites seguidas – indo (sic) dormindo tarde e acordando, ontem até que ainda consegui pegar no sono de novo, mas não hoje ou anteontem – e a segunda foi um certo espectro de negatividade que senti em Lia e que ela própria expressou. Para piorar ainda tive que trafegar por todas aquelas ruas nauseabundas e com gente horrível e pobre por todos os cantos. Divaguei um longo tempo com Lia no Parque (sic) colada a Pinacoteca, onde transitam sobretudo putas, miseráveis e clientes (talvez os dois últimos encarnados numa só configuração humana, se estendermos a dimensão de miserabilidade). Mas quem sou eu para toda essa moralice carola?  (...)