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Filme do Dia: O Gato Fritz (1972), Ralph Bakshi

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O Gato Fritz ( Fritz, the Cat , EUA, 1972). Direção: Ralph Bakshi. Rot. Adaptado: Ralph Bakshi, a partir dos personagens de Robert Crumb. Fotografia: Ted C.Bemiller & Gene Borghi. Música: Ed Bogas & Ray Shanklin. Montagem: Renn Reynolds. Certamente é sua aberta alusão a sexualidade e as drogas numa dimensão talvez inédita para um longa-metragem comercial de animação que chamou a atenção para esse filme, o que não deixa de ser um elemento condizente com o universo dos personagens do cartunista Robert Crumb (motivo do documentário Crumb ), que curiosamente pediria para que retirassem seu nome dos créditos. Porém, para além da alusão explícita a sexualidade, cópula e genitália masculinas e femininas, quase num radical processo de desrecalcamento de motivos não comumente associados com o gênero, principalmente no formato de longa-metragem, assim como uma menção mais restrita ao uso de drogas, talvez o que torma interessante essa animação aos olhos de hoje é o quanto ela repro

Filme do Dia: Solaris (1972), Andrei Tarkovski

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Solaris ( Solaris , URSS, 1972). Direção: Andrei Tarkovski. Rot. Adaptado: Fridrikh Gorenshtein & Andrei Tarkovski, baseado no romance de Stanislaw Lem. Fotografia: Vadim Yusov. Música: Eduard Artemiev. Montagem: Lyudmila Feiginova & Nina Marcus. Dir. de arte: Mikahil Romadin. Figurinos: Yelena Fomina. Com: Donatas Banionis, Natalya Bondarchuk, Yuri Yarvet, Vladislav Dvorzhetski, Nikolai Grinko, Anatoli Solonitsyn, Olga Barnet, Sos Sarkisyan.       Cris Kelvin (Banionis) é o psicólogo enviado para a estação orbital de Solaris, onde estranhos fatos são relatados pelos astronautas que lá se encontram, inclusive a morte de um dos cientistas, Gibaryan (Sarkisyan). Inicialmente cético quanto ao que lhe é relatado, após chegar a estação orbital, Cris torna-se vítima do que eles chamam de “visitas”, representações materiais de sua própria consciência, filtradas pelo oceano intergalático. Passa então a relacionar-se com Hari (Bondarchuk), sua ex-mulher falecida quando a abandona

Filme do Dia: My Childhood (1972), Bill Douglas

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My Childhood (Reino Unido, 1972). Direção e Rot. Original: Bill Douglas. Fotografia: Mick Campbell. Montagem: Brand Thummin. Com: Stephan Archibald, Hugh Restorick, Jean Taylor Smith, Karl Fieseler, Bernard McKenna, Paul Kermack, Helena Gloag, Ann Smith. 1945. Jamie (Archibald) e seu irmão mais velho, Tommy (Restorick) vivem numa miserável situação em meio às minas de carvão na Escócia, onde toda a mão-de-obra masculina do vilarejo praticamente trabalha. Os garotos vivem com a avó (Smith), e são de pais diferentes. Jamie cria um gato e Tommy um pássaro. Quando o gato, num descuido, devora o pássaro, Tommy, indignado, o mata. Jamie visita, com a avó, o hospital onde a mãe se encontra internada com problemas psiquiátricos. Bastante apegado com o alemão Helmuth, que se encontra numa base militar, Jamie submete-se a um pedófilo por uns trocados. Algum tempo depois, no entanto, Helmuth retorna à Alemanha e a avó é encontrada morta pelos irmãos numa cadeira. Jamie se joga em um trem de

Filme do Dia: Fragmentos de um Filme-Esmola (1972), João César Monteiro

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Fragmentos de um Filme-Esmola: A Sagrada Família (Portugal, 1972). Direção e Rot. Original: João César Monteiro. Fotografia: Acácio de Almeida. Com: Manuela de Freitas, João Perry, Dalila Rocha, Catarina Coelho, Fernando Soares, Maria Clementino Monteiro, João Gabriel. Família que foge completamente aos padrões sociais estabelecidos (Rocha e Soares), procura criar a filha radicalmente livre das convenções sociais estupidificantes que reinam na sociedade de seu tempo, num ritmo alucinantemente profundo e até mesmo auto-destrutivo. Utilizando-se basicamente de longos planos-sequências e muita criatividade, o cineasta contrapõe sequências com diálogos dos mais ludicamente cotidianos (como os que o pai  e filha efetuam ao início do filme) alternados com momentos nos quais os atores recitam textos de Ésquilo, Joyce, Ponce e Breton, criando um universo que muito deve a Godard – embora nesse não exista a radical separação como aqui. O resultado final é um panorama de pessoas que po

Filme do Dia: Cisko Pike (1972), Bill L. Norton

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Cisco Pike (EUA, 1972). Direção e Rot. Original: Bill L. Norton. Fotografia: Vilis Lapenieks. Música: Kris Kristofferson. Montagem: Robert C. Jones. Dir. de arte: Rosanna Norton & Alfred Sweeney. Cenografia: Ray Malyneaux. Com: Kris Kristofferson , Karen Black, Gene Hackman, Harry Dean Stanton, Viva, Joy Bang, Roscoe Lee Browne, Antonio Fargas, Doug Sahm, Chuy Franco, Allan Arbus. Cisco Pike (Kristofferson) é um músico que já teve seu momento de glória e que tem um prazo de alguns dias para conseguir dez mil dólares para um policial corrupto, Leo Holland (Hackman), vendendo maconha que esse roubou de um mexicano (Franco). Pike vive com a namorada esotérica Sue (Black) e reencontra o parceiro de bons tempos, Jesse Dupre (Stanton) em um mau momento para ambos. Com a amizade da filha de um homem rico, Merna (Viva), ele consegue boa parte do dinheiro prometido, tendo outra parte em cheque, do empresário musical canastrão Sim Valensi (Arbus). Holland decide cobrar a dívida enq

Filme do Dia: Amor à Tarde (1972), Eric Rohmer

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Amor à Tarde ( L´Amour l´aprés-midi , França, 1972). Direção e Rot. Original: Eric Rohmer. Fotografia: Néstor Almendros. Montagem: Cécile Decugis. Dir. de arte: Nichole Rachline. Figurinos: Daniel Hecther-Vog. Com: Bernard Verley, Zouzou, Françoise Verley, Daniel Ceccaldi, Malvine Penne, Babette Ferrier. Frédéric (Verley), casado com Hélène (Verley), fantasia ser amante de todas as mulheres embora prefira persistir fiel a sua esposa. A situação muda de figura quando surge a provocante Chloé (Zouzou), ex-amante de um amigo. Frédéric se interessa por ela, mas quando ela finalmente cede aos seus desejos, ele prefere retornar para a esposa e declarar o quanto a ama. Sexto e último dos Contos Morais de Rohmer que, com sua habitual sensibilidade e sofisticação, transforma temas aparentemente banais em uma intensa investigação sobre a alma humana, em que tal intensidade surge da inversa apropriação dos habituais recursos com que é representada pelo cinema convencional: come

Filme do Dia: O Homem de La Mancha (1972), Arthur Hiller

O Homem de La Mancha ( Man of La Mancha , EUA/Itália, 1972). Direção: Arthur Hiller. Rot. Adaptado: Dale Wasserman, baseado em sua peça musical, inspirada na obra de Cervantes. Fotografia: Giuseppe Rotunno. Música: Mitch Leigh & Laurence Rosenthal. Montagem: Robert C. Jones. Cenografia: Elio Altamura & Luciano Damiani. Figurinos: Luciano Damiani. Com: Peter O´Toole, Sophia Loren , James Coco, Harry Andrews, John Castle, Brian Blessed, Ian Richardson, Julie Gregg. Enquanto se encontra preso, Miguel de Cervantes (O´Toole) encena Dom Quixote , onde ele próprio vivencia o banal Alonzo Quijana que, em seus delírios no leito, afirma que participou de inúmeras batalhas contra inimigos tão díspares quanto os moinhos de vento ou os que pretendem roubar sua doce Dulcinéia (Loren), sendo sagrado como Dom Quixote, Cavalheiro da Triste Figura. Embora seu personagem torne-se igualmente delirante, combatendo moinhos de vento como se fossem monstros e acreditando que a vulgar prostituta

Filme do Dia: Frenesi (1972), Alfred Hitchcock

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Frenesi ( Frenzy , Reino Unido, 1972). Direção: Alfred Hitchcock. Rot. Adaptado: Anthony Shaffer, baseado no romance Goodbye Piccadily, Farewell Leicester Square , de Arthur La Bern. Fotografia: Gilbert Taylor. Música: Ron Goodwin. Montagem: John Jympson. Dir. de arte: Syd Cain & Robert W. Laing. Figurinos: Julie Harris. Com: Jon Finch, Barry Foster, Barbara Leigh-Hunt, Anna Massey, Alec McCowen, Vivien Merchant, Billie Whitelaw, Clive Swift, Jean Marsh.          Uma mulher é encontrada enforcada com uma gravata no Tâmisa. Richard Blaney (Finch) sai do emprego e procura a ex-mulher Brenda(Leigh-Hunt), para buscar apoio no escritório da agência matrimonial que comanda. Robert Rusk (Foster), velho amigo de Blaney, vai no mesmo dia na agência e enforca Brenda. No dia seguinte, quando volta a procurá-la tem o azar de ser visto pela secretária (Marsh), que descobre o corpo de sua patroa e imediatamente associa o crime a tumultuada visita de Blaney no dia anterior. A suspeita de

Filme do Dia: Afinal, uma Mulher de Negócios (1972), Rainer Werner Fassbinder

Afinal, uma Mulher de Negócios ( Bremer Freiheit , Alemanha, 1972). Direção: R. W. Fassbinder . Rot. Adaptado: Dietrich Lohmann & R.W. Fassbinder, baseado em peça do último. Fotografia: Dietrich Lohmann, Hans Schugg & Pit Weyrich. Montagem: Friedrich Niquet & Monika Solzbacher. Dir. de arte: Kurt Raab. Com: Margit Carstensen, Wolfgang Schenck, Wolfgang Kieling, Lilo Pempeit, Ulli Lommel, Hanna Schygulla, Kurt Raab, Fritz Schediwy, Rudolf Waldemar Brem, Rainer Werner Fassbinder. Geesche (Cartensen) é uma mulher submissa que comanda como a mais dedicada empregada doméstica todas as tarefas que seu marido Gottfried (Schenck), ordena. Porém, um dia ao perceber a fraqueza do carrasco, Geesche também descobre possuir idéias próprias e tal fato é completamente inusitado na Alemanha da primeira metade do século XIX. Sua atitude choca a todos, que não entendem como uma mulher pode se dar ao direito não só de pensar como de ter idéias ousadas. O primeiro que vai contra seus planos

Filme do Dia: Sonhos de um Sedutor (1972), Herbert Ross

Sonhos de um Sedutor ( Play it Again, Sam , EUA, 1972). Direção: Herbert Ross. Rot. Adaptado: Woody Allen, baseado em peça homônima de sua autoria. Fotografia: Owen Roizman. Música: Bill Goldenberg. Montagem: Marion Rothman. Dir. de arte: Ed Wittstein. Com: Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts, Jerry Lacy, Susan Aspach, Jeniffer Salt, Joey Bang, Viva.       Allan Felix (Allen) é um crítico de cinema subitamente em crise após ser abandonado pela esposa, Nancy (Aspach). O casal de amigos Dik (Roberts) e Linda Christhie (Keaton) o ajudará a encontrar um novo amor, assim como a inspiração extra-terrena de um especialista no assunto, Humphrey Bogart (Lacy). Depois de várias tentativas frustradas e saídas ocasionais, e com uma maior proximidade entre Allan e Linda, enquanto o marido Dik cada vez mais se distancia da mulher e investe no trabalho, eles vivenciam uma situação amorosa. Porém o novo amor é posto à prova quando Linda e Allan se deparam com um casamento de anos e com a traiçã

Filme do Dia: Dias de 36 (1972), Theo Angelopoulos

Dias de 36 ( Meres tou ’36,  Grécia, 1972). Direção: Theodoros Angelopoulos. Rot. Original: Theodoros Angelopoulos, Stratis Karras, Petros Markaris & Thanassis Valtinos. Fotografia: Giorgos Arvanitis & Vassilis Christomoglou. Montagem: Vasilis Siropoulos. Dir. de arte e Figurinos: Mikes Karapiperis. Com: Kostas Pavlou, Thanos Grammenos, Takis Doukatos, Christoforos Nozer, Giorgos Kiritsis, Alekos Boubis, Vasilis Tsaglos, Vangelis Kazan. 1936. Após o assassinato de um líder sindical, Sofianos (Gramennos), antigo informante da polícia, é preso como suposto assassino. Após receber visita de um político conservador, Kriezis, com quem mantinha relacionamento, torna-o seu refém, ameaçando mata-lo e se matar, caso não seja liberto. As autoridades tentam envenena-lo, mas Sofianos consegue se safar. Depois, atiradores de elite são posicionados e Sofianos atingido letalmente, enquanto Kriezis é liberto vivo. Sua narrativa é contada sobretudo a partir de elementos gráficos do que pro