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Filme do Dia: Uma Primavera (2011), Gabriela Amaral

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U ma Primavera (Brasil, 2011). Direção e Rot. Original: Gabriela Amaral. Fotografia: Matheus Rocha. Música: Rafael Cavalcanti. Montagem: Marco Dutra. Dir. de arte e Figurinos: Luana Demange. Com: Lúcia Romano, Natália Paz Parnes, Eduardo Gomes, Mauro Schames,  Caio Barros, Lucca Almeida. No aniversário de 13 anos de Lara (Parnes) sua mãe a leva para um piquenique no parque. Porém, quando acorda de uma soneca, fica desesperada ao não mais encontrar a filha, apenas o seu celular. Após andar e indagar de outro frequentador do parque (Schames) e de um homem (Gomes) que lá trabalha alugando bicicletas se não a haviam visto ela entra em descontrole emocional, percebendo pouco após que a filha se encontra com um namorado em um local mais reservado. Segunda curta da realizadora que faz uso de um processo de gradual empatia com a personagem da mãe, transformando tudo que a cerca em certa ambiguidade, do qual potencialmente todos podem ser suspeitos, notadamente o homem que se encontra p

Filme do Dia: Carmen (1915), Cecil B. DeMille

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C armen (EUA, 1915). Direção: Cecil B. D eMille. Rot. Adaptado: William C. DeMille, baseado no romance de Prosper Mérimée. Fotografia: Alvin Wyckoff. Montagem: Anne Bauchens & Cecil B. DeMille. Dir. de arte: Wilfred Buckland. Com: Geraldine Farrar, Wallace Reid, Pedro de Córdoba, Horace B. Carpenter, William Elmer, Jeanie Macpherson, Anita King, Milton Brown. Carmen (Farrar) é uma cigana que decide se oferecer a causa dos ciganos, fingindo-se apaixonar pelo chefe da segurança, o oficial   Don José (Reid), enquanto é, na realidade, amante do toureiro Escamillo (Córdoba). Completamente apaixonado, Don José assassina seu braço direito, Morales (Elmer), que sempre apelava para razão e tem que fugir para o acampamento cigano. No acampamento ele reencontra Carmen, que não se junta a ele, nem mesmo com todas as suas ameaças. Carmen se torna companheira de Escamillo, agora um toureiro celebrado. No dia de mais uma de suas vitórias, José, agora vivendo como cigano, vai cobrar sua dí

Filme do Dia: Mother Goose Goes Hollywood (1938), Wilfred Jackson

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M other Goose Goes Hollywood (EUA, 1938). Direção: Wilfred Jackson. Rot. Original: Dick Rickard. Música: Edward H. Plumb. Se a auto-referencialidade dos estúdios ao star-system erigido por eles próprios vivia seus dias de glória, algo nada incomum igualmente ao universo da animação, o diferencial desse curta integrante da série Silly Symphony se dá por não fazer uso de nenhum personagem que se dirige a Hollywood como o título poderia pressupor. De fato, aqui se parte das páginas da Mamãe Ganso, com os astros compondo elementos ilustrados para suas rimas. Da referência inicial da Mamãe Ganso rugindo como o leão da Metro à imagem final de Katharine Hepburn, sempre grave em sua dramaticidade independente do ambiente ou situação (que pode ser inclusive de comédia pastelão, como quando a torta que é endereçada pelo Gordo ao Magro acaba por lhe atingir o rosto), ou de se encontrar dentro da garganta de um dos personagens ao final. Observa-se a presença de, dentre outros, os Irmãos M

Artur Brauner (1918-2019)

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Artur Brauner (na foto com Romy Schneider), judeu polonês que tentou emigrar, sem sucesso, para os Estados Unidos, à época da Segunda Guerra Mundial, a partir de 1946 se fixaria na Alemanha Ocidental, tornando-se um dos mais profícuos e bem sucedidos produtores do país, produzindo mais de 300 títulos para o cinema e TV. Dentre eles, a segunda versão de " Senhoritas de Uniforme ", com Schneider e  " Os Mil Olhos do Dr. Mabuse " (1960), de Fritz Lang . Dentre as recorrências em sua filmografia, há uma tentativa de ressuscitar o personagem de Mabuse que vai além do próprio filme assinado por Lang e continua por três outras produções dos anos 60, assim como uma versão cômica de "Os Mil Olhos" que seria sua última produção, em 2018 e produções vinculadas ao holocausto, algumas delas de grande reconhecimento internacional como O Jardim dos Finzi Contini (1970), de Vittorio De Sica e "Filhos da Guerra" (1990), de Agnieszka Holland . O seu longevo in

Filme do Dia: Man from the Restaurant (1927), Yakov Protazanov

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M an from the Restaurant ( Chelovek iz Restorana , URSS, 1927). Direção: Yakov Protazanov. Rot. Adaptado: Yakov Protazanov & Oleg Leonidov. Fotografia: Anatoli Golovnya & Konstantin Vents. Dir. de arte: Sergei Kozlovski. Com: Michael Chekhov, Vera Malinovskaya,  Mikahil Klimov, Mikahil Narokov, Stepan Kuznetsov, K. Alekseyeva,  Ivan Koval-Samborski. Primeira Guerra Mundial. Skorohodov (Chekhov), é o maître   de um restaurante de luxo, frequentado pela elite política e militar russa. Ele aguenta todas as pressões e eventuais humilhações que o subserviente emprego oferece em nome de sua família. Porém, seu filho é morto em combate. Sua mulher (Alekseyeva), deprimida ao extremo com o ocorrido, também falece não muito depois, sobrando-lhe a bela e talentosa violinista Natasha (Malinovskaya) que, quando passa a se apresentar com uma orquestra, provoca furor entre os homens que frequentam o ambiente e sobretudo ao dono do restaurante (Klimov), que tenta todas as possibilidades

The Film Handbook#209: Bill Douglas

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Bill Douglas nascimento: 17/04/1937, Edimburgo, Escócia morte: 18/06/1991, Barnstaple, Devon, Inglaterra carreira (como diretor) : 1972-1986 Embora, paradoxalmente, o realismo britânico que focava na classe trabalhadora tenha sido tradicionalmente reserva de liberais de classe média, de formação universitária, os filmes de Bill Douglas conquistaram raro poder e honestidade, formulando sobre suas próprias experiências de privação. Após estudar cinema, Douglas iniciou uma ambiciosa trilogia. baseada em situações e relacionamentos de sua vida pregressa: My Childhood , My Ain Folk e My Way Home > 1  não fazem nenhuma concessão ao melodrama ou sentimentalismo, ao seguir a árdua odisseia de um garoto de oito anos praticamente indesejado que vive com sua avó em uma pobre vila mineira escocesa, através de inesperados encontros, quando adolescente, com o seu até então desconhecido pai e o serviço nacional para o Exército no Oriente Médio. A pobreza que limita sua solitária vida é ec

Filme do Dia: Ali-Baba Bound (1940), Robert Clampett

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Ali-Baba Bound (EUA, 1940). Direção: Robert Clampett. Rot. Original: Melvin Millar. Música: Carl W. Stalling. Gaguinho foi o ultimo legionário remanescente em meio ao Saara e sofre o ataque de Ali-Baba e seus homens-bombas. Com a ajuda da mãe de seu camelo, ele consegue se livrar dos árabes. Mesmo que a troça tampouco deixe de atingir os próprios ocidentais – eles abandonaram o forte para uma convenção em Boston, por exemplo – naturalmente a caricatura mais grosseira sobra para os árabes, Ali-Babá latindo como um cão raivoso. Em apenas um momento essa animação consegue ir além do trivial, com uma piada digna dos melhores desenhos de Tex Avery – a mãe camelo antes de salvar o filho retorna e vai até um posto de gasolina onde é abastecida. O fato de isso acontecer em meio a um desenho sem maiores surpresas, ao menos dentro dos padrões  do gênero apenas salienta ainda mais o seu tom de absurdo, ao contrário de seu uso excessivo por Avery. Leon Schlesinger Studios para Warner B