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A despedida de David Letterman

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Tradução: Fernanda Lizardo, edição de Leticia Nunes. Com informações de Bill Carter [“ David Letterman: the late night prankster who became a comedy godfather ”,  The Guardian , 15/5/15]; de Allison Corneau [“ David Letterman's Final Late Show Guests Announced: Tom Hanks, Eddie Vedder, Bill Murray ”,  US Magazine , 14/5/15]; de Jason Gay [“ Letterman, the Last American Broadcaster ”,  The Wall Street Journal , 14/5/15] David Letterman apresentou o  Late Show , na rede americana CBS, por 22 anos e 6.028 edições. Esta semana ele se despede do programa de entrevistas e será substituído por Stephen Colbert . A  aposentadoria  do veterano apresentador, anunciada no ano passado, provocou grande comoção dos EUA. É impossível ignorar a marca humorística deixada por Letterman na TV americana, defende o jornalista Jason Gay em  artigo  no Wall Street Journal . “Letterman e sua equipe (incluindo o influente produtor Merrill Markoe) construíram um  talk show  livre da fidelidade e espe

Mídia e estado de exceção

A aprovação da proposta de emenda constitucional que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, exige uma profunda reflexão sobre o papel dos meios de comunicação na cobertura jornalística sobre jovens acusados de autoria de atos infracionais. Como jornais e revistas percebem a situação de crianças e adolescentes em conflito com a lei diariamente em suas narrativas? Qual o tipo de agendamento produzido pela mídia e sua relação com o fortalecimento de medidas autoritárias e soluções de força por parte do poder público? Será que a imprensa tradicional está conseguindo provocar uma reflexão crítica sobre o tema ou apenas contribui para banalizá-lo? Uma leitura mais atenta do que é produzido diariamente aponta que, apesar do destaque conferido à pauta sobre a situação da infância e da juventude no Brasil, boa parte dos órgãos de imprensa não vem conseguindo analisar com profundidade o fenômeno. Nesse sentido, a cobertur

A Classe Média Vai ao Paraíso

Os jornais fazem nesta segunda-feira (16/3) o balanço das manifestações realizadas no domingo em todos os Estados. A data coincide com os trinta anos da posse do primeiro presidente civil após a ditadura, e a imprensa usa esse fato para comparar os eventos de 2015 com os de 1985. Jornalistas gostam de datas redondas. Não há qualquer relação possível entre o período da redemocratização após os anos da ditadura militar e o protesto contra um governo eleito democraticamente, mas a comparação serve para legitimar a adesão à campanha produzida pela mídia. As divergências quanto ao número de participantes superam a casa das centenas de milhares: o  Globo  e o  Estado de S. Paulo  aceitam a avaliação da Polícia Militar, que viu 1 milhão de pessoas na região da Avenida Paulista, enquanto o Datafolha calculou a multidão em 210 mil. A curiosa dança dos números já havia acontecido na sexta-feira, quando centrais sindicais levaram à mesma avenida 40 mil pessoas, segundo o Datafolha, e