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The Film Handbook#156: Tod Browning

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Tod Browning Nascimento : 12/07/1882, Louisville, Kentucky, EUA Morte : 06/10/1962, Santa Monica, Califórnia, EUA Carreira  (como diretor): 1913-1939 M ais conhecido por Drácula / Dracula , Charles Albert Browning, para ficar com seu nome completo, é frequentemente considerado primordialmente como um diretor de horror; porém seria mais apropriado como um excêntrico grandemente imaginativo, cuja melhor obra é tipificada por seu fascínio constante com o grotesco e com o macabro. Tendo abandonado sua casa ao final da adolescência para se unir a um espetáculo mambembe (onde aparecia como o Cadáver Hipnotizado Vivo) em 1913 Browning foi aos Estúdios Biograph enquanto ator e encontrou D.W. Griffith , que além de eventualmente tê-lo tornado assistente de Intolerância / Intolerance , encorajaou-o a escrever e dirigir. Inicialmente ele somente dirigiria seriados de aventura e melodramas rotineiros mas, em 1919, ele dirigiu Lon Chaney em The Wicked Darling , iniciando então uma associaç

Filme do Dia: Uma Viagem com Martin Scorsese pelo Cinema Americano - Parte 3 (1995), Martin Scorsese & Michael Henry Wilson

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U ma Viagem com Martin Scorsese pelo Cinema Americano com Martin Scorsese – Parte 3 (A Personal Journey with Martin Scorsese Through American Movies, EUA/Reino Unido, França, 1995). Direção e Rot. Original: Martin Scorsese & Michael Henry Wilson. Fotografia: Jean-Yves Escoffier, Frances Reid & Nancy Schreiber. Música: Elmer Bernstein. Montagem: Kenneth Levis & David Lindblom. Esse terceiro e último episódio está dividido entre os que Scorsese chama de “contrabandistas” e os  “iconoclastas”. Inicia com o impressionante estilo visual do faroeste Homens Indomáveis (1954), de Allan Dwan , de quem observamos generoso trecho, enquanto Scorsese comenta sobre a não tão subliminar crítica a hipocrisia social americana que leva o protagonista quase à morte. Depois ele passa para tal dimensão no plano do melodrama com Tudo Que o Céu Permite (1955), de Sirk , incluindo a magistral cena-chave em que os filhos presenteiam a mãe com uma TV, símbolo de um conformismo no qual ela

Movie of the Week#3: My Night at Maud's (1969), Eric Rohmer

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My Night at Maud's (Ma Nuit Chez Maud, France, 1969). Directed and Writed by Eric Rohmer. cinematography by Nestor Almendros. Edited by CÉCILE DECUGIS. Production design by Nichole Rachline.. Cast: Jean-Louis Trintgnant, François Fabian, Marie-Christine Barrault, Antoine Vitez, Léonide Kogan, Guy Léger, Anne Dubot, Marie Becker.        Jean-Louis (Trintignant) is a Catholic who moves to the province and is touched by a young woman who perceives in the church, Françoise (Barrault), with whom believes he should marry.   One day he meets a friend he had not seen for 14 years, Vidal (Vitez), who presents him to Maud (Fabian), a charming divorced woman.   Divided between reason, which makes him believe in the fidelity of love and the belief that Françoise, even as a Catholic, is the woman to marry and the desire for Maud, he initially does not make a decision.   H owever, when he meets Françoise occasionally, he makes an appointment with her, who, although very fond of him, still

Filme do Dia: Um Lance no Escuro (1975), Arthur Penn

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U m Lance no Escuro ( Night Moves , EUA, 1975). Direção: Arthur Penn. Rot. Original: Alan Sharf. Fotografia: Bruce Surtees. Música: Michael Small. Montagem: Dede Allen. Dir. de arte: George Jenkins. Cenografia: Ned Parsons.  Figurinos: Rita Riggs. Com: Gene Hackman, Jennifer Warren, Edward Binns, Harris Yulin, Kenneth Mars, Janet Ward, James Woods, Anthony Costello, John Crawford, Melanie Griffith , Susan Clark. O detetive particular Harry Moseby (Hackman) é contratado pela ex-atriz decadente Arlene Iverson (Ward) para procurar sua filha desaparecida de 16 anos, Delly (Griffiths). Ele vai ao encontro de alguns jovens com que Delly se relacionou e fica sabendo que ela se encontra com o padrasto Tom (Crawford) e sua atual companheira, Paula (Warren). No início da investigação Moseby flagra sua esposa Ellen (Clark) saindo de carro com um amante. Delly, como a mãe, tem a fama de ser fogosa. Quando mergulha à noite fica traumatizada com o cadáver que vê no fundo do mar e decide parti

Filme do Dia: Flying Padre (1951) Stanley Kubrick

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F lying Padre (EUA, 1951). Direção e Fotografia: Stanley Kubrick . Música: Nathaniel Shilkret. Montagem: Isaac Kleinerman. Dificilmente alguém poderia apontar qualquer dimensão autoral nesse curta de estréia dirigido pelo que viria a ser um dos mais renomados realizadores norte-americanos de todos os tempos. O tema excêntrico, o de um padre que faz uso de avião para atender aos necessitados de sua paróquia, como no caso do filme um funeral ou uma mulher que precisa levar com urgência o filho ao hospital. Trata-se de um documentário com todos os elementos característicos de certo modelo então, ou seja, uma narração over do início ao final e um evidente caráter de encenção – nos dois casos nos quais o padre intervém há igualmente uma câmera acompanhando a operação da perspectiva dos paroquianos. Destaque para os rostos de moradores locais, de feições tipicamente indígenas mexicanas em primeiro plano no momento do funeral. RKO-Pathé Pictures. 9 minutos.

Filme do Dia: Canções de Amor (2007), Christophe Honoré

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C anções de Amor ( Les Chansons d´Amour , França, 2007). Direção e Rot. Original: Christophe Honoré. Fotografia: Rémy Chevrin. Música: Alex Beuapain. Montagem: Chantal Hymans. Dir. de arte: Samuel Deshors. Figurinos: Pierre Canitrot. Com: Louis Garrel, Ludivine Sagnier, Chiara Mastroianni, Clotilde Hesme, Grégoire Leprince-Ringuet, Brigitte Röuan, Alice Butaud, Jean-Marie Winling, Yannick Renier. Ismaël vive uma relação a três com sua namorada Julie (Sagnier) e Alice (Resme). Certa noite os três vão a um bar e Julie passa mal e falece subitamente. Ismaël, confuso e deprimido, vai morar no apartamento do então namorado de Gwendal (Renier), onde o irmão do namorado dela, Erwann (Leprince-Ringuet) apaixona-se por ele. Ao mesmo tempo, a irmã mais velha de Julie, Jeanne (Mastroianni), sente-se na obrigação de ter uma atenção maior com Ismaël, o que por vezes o irrita.  Afastando-se de Gwendal, Ismaël resiste por um bom tempo aos assédios de Erwann, mas decide dormir com ele.  O envo

Filme do Dia: O Ano Passado em Marienbad (1961), Alain Resnais

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O  Ano Passado em Marienbad ( L´Année Dernière à Marienbad , França/Itália, 1961). Direção: Alain Resnais. Rot. Adaptado: Alain Robbe-Grillet, baseado no romance A Invenção de Morel , de Bioy Casares. Fotografia: Sacha Vierny. Música: Francis Seyrig. Montagem: Jasmine Chasney & Henri Colpi. Dir. de arte: Jacques Saulnier. Cenografia: Jean-Jacques Fabre, Georges Glon & André Piltant. Com: Delphine Seyrig , Giorgio Albertazzi, Sacha Pitoëff, Françoise Bertin, Luce Garcia-Ville, Héléna Kornel, François Spira. O que menos importa no filme é o enredo. Antes a forma como se configuram diversos tempos narrativos, flashbacks e flashbacks dentro de flashbacks que compõem a talvez mais intrigante tessitura já realizada com a montagem cinematográfica. As situações levam ao (re) encontro entre uma mulher (Seyrig) e um homem (Albertazzi), que alega ter desfrutado de sua companhia em outro local e a presença do provável marido da mulher (Pitoëff) nas imediações. Utilizando interpre

Filme do Dia: A Coroa de Ferro (1941), Alessandro Blasetti

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A  Coroa de Ferro ( La Corona di Ferro , Itália, 1941). Direção: Alessandro Blasetti. Rot. Original: Corrado Pavolini, Gugliemo Zorzi, Guisseppe Zucca, Alessandro Blasetti & Renato Castellani, a partir de argumento de Blasetti & Castellani. Fotografia: Mario Craveri & Václav Vich. Música: Alessandro Cicognini. Montagem: Mario Serandrei. Dir. de arte: Virgilio Marchi. Figurinos: Gino Sensani. Com: Massimo Girotti, Elisa Cegani, Luisa Ferida, Gino Cervi,  Rina Morelli, Osvaldo Valenti, Paolo Stoppa, Primo Carnera.  Sedemond (Cervi) se impõe no campo de batalha após assassinar o irmão e se auto-proclamar o novo rei de Kindaor. A continuidade de seu governo depende do nascimento de um filho homem, mas Arminio, ele descobrirá, é filho da irmã de sua esposa e não seu, tendo nascido uma menina, Elsa. Sedemond ordena que a criança seja levada ao desolado Vale dos Leões, para lá perecer. Para sua surpresa Arminio (Girotti) reaparece já homem feito numa série de duelos para a

Filme do Dia: Amy (2015), Asif Kapadia

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A my (Reino Unido/EUA, 2015). Direção: Asif Kapadia. Fotografia: Ernesto Hermann. Música: Antonio Pinto. Montagem: Chris King. Certamente buscando se beneficiar da mesma estrutura “dramática” que compõe o seu Senna , tendo a seu favor o fato de se tratar de um ídolo que vivencia um momento em que as gravações domésticas se tornaram rotineiras, logo se fica com a impressão que o resultado não demonstra ser tão eficiente quanto a seu filme anterior. Talvez por conta da ausência do tom quase épico com que o cineasta vai elaborando o drama trágico no qual se envolve seu biografado anterior, substuído pelo excesso de imagens banais e narcísicas, uma expressão comum de uma jovem e também artista. Ao final da carreira e da vida, tal relação evidentemente se inverte. E da busca incessante do sucesso se observa o declínio associado ao preço da fama, algo que a própria Amy, ainda ao início (da carreira e do filme) já havia alertado ao se referir que provavelmente ficaria louca se atingi

The Film Handbook#155: Jean-Pierre Melville

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Jean-Pierre Melville Nascimento : 02/10/1917, Paris, França Morte : 02/08/1973, Paris, França Carreira (como diretor) : 1946-1972 A pesar da carreira de Jean-Pierre Grumbach - um americanófilo obsessivo que se renomeou a partir de seu romancista favorito - ter sido dominada por seu interesse em filmes de suspense-gangsteres (amplamente considerados um gênero americano e grandemente comercial) ele, de fato, foi um artista profundamente pessoal e essencialmente europeu. Orgulhosamente independente, fez uso de situações ritualísticas e da iconografia tradicional do gênero para criar um universo estilizado, próximo de mítico, através do qual endereçava questões sobre honra, lealdade, companheirismo e fé. Após lutar pela causa da França Livre na Segunda Guerra, Melville montou sua própria companhia produtora para realizar seu curta hoje perdido*  24 Horas na Vida de um Palhaço/24 Heures de la Vie d'un Clown . Seu primeiro longa, O Silêncio do Mar / Le Silence de la Mer , sugere

Filme do Dia: O Mágico (1926), Rex Ingram

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O   Mágico ( The Magician , EUA, 1926). Direção: Rex Ingram. Rot. Adaptado: Rex Ingram, a partir do romance de W.Somerset Maugham. Fotografia: John F.Seitz.  Montagem: Grant Whytock. Dir. de arte: Henri Menessier. Com: Alice Terry, Paul Wegener, Firmin Gémier, Iván Petrovich, Gladys Hamer, Henry Wilson, Hubert I.Stowitts. Margaret Dauncey (Terry) tem sua coluna comprometida quando realizava uma escultura de dimensões maiores que as humanas e uma parte da escultura cai sobre si. Operada por um dos maiores especialistas do assunto, o norte-americano Arthur Burdon (Petrovich) ela é assistida por muitos interessados no tema, incluindo o hipnotista Oliver Haddo (Wegener). Após a cirurgia, plenamente recuperada, Margaret passa a namorar com Arthur, que já havia alertado a seu tio que nunca operara uma paciente tão bela. Haddo, no entanto, segue-a obsessivamente e certo dia consegue adentrar em sua residência, hipnotizando-a. Um dia antes de seu casamento com Burdon, Margaret deixa um

Movie of the Week#2: The Ladies of the Bois de Boulogne (1945), Robert Bresson

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The Ladies of the Bois de Boulogne (Les Dames du Bois de Boulogne, France, 1945). Directed by Robert Bresson. Written by Robert bresson & Jean Cocteau from the novel by Denis Diderot. cinematography by Philippe Agostini. Edited by jean feyte. Production design by Max Douy & robert lavallée. Costume design by GRÈS & Schiaparelli. Cast: paul bernard, maría casares, elina labourdette, lucienne bogaert, jean marchat, Yvette etiévant, marcel rouzé, bernard lajarrige. Agnes (Labourdette), a young star of cabaret, can exchange the attractions of worldly life that dissatisfy her for a dignified life with her mother (Bogaert), in the care of the aristocrat Helene (Casarés). Living now prisoners in their new house, next to the Boulogne Grove, they meet the same day Helene and the friend Jacques (Marchat), who falls madly in love, at first sight, by Agnes. Ready to conquer her at all costs, he suffers refusals in a row, which only burn his desire even more, to the point of no

Filme do Dia: Jackie Brown (1997), Quentin Tarantino

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J ackie Brown (Jackie Brown, EUA, 1997) Direção: Quentin Tarantino. Rot.Adaptado: Elmore Leonard&Quentin Tarantino, baseado no romance de Rum Punch. Fotografia: Guillermo Navarro. Montagem: Sally Menke. Com: Pam Grier, Samuel L. Jackson, Robert Forster, Bridget Fonda, Michael Keaton, Robert De Niro, Michael Bowen, Lisa Gay Hamilton, Tom 'Tiny' Lister Jr, Hattie Winston, Chris Tucker.           Ordel Robbi (Jackson), grande traficante de armas, apresenta comerciais com vários modelos de metralhadoras para seu velho amigo Louis (De Niro). Enquanto apresenta o material, a garota de Ordel, Melanie (Fonda) tenta seduzir Louis. Ordel, através do usual financiador de fianças de criminosos Max Cherry (Forster), consegue dinheiro para libertar Beaumont Livingston (Tucker), que trabalha para ele. Visita-o mais tarde em seu apartamento e constrange-o a permanecer no porta-malas de seu carro, para pretensamente servir de cobertura para um contato de armas que irá fazer com corea

Filme do Dia: Fruto do Paraíso (1970), Vera Chytilová

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F ruto do Paraíso ( Ovoce Stromu Rajských Jimé , Tchecoslováquia/Bélgica, 1970). Direção: Vera Chytilová. Rot. Original: Vera Chytilová (diálogos) & Esther Krumbachová. Fotografia: Jaroslav Kucera. Música: Zdenek Liska. Montagem: Miroslav Hájek. Dir. de arte: Vladimír Lubský. Figurinos: Esther Krumbachová & Bohumila Marsalková. Com: Jitka Novákova, Karel Novak, Jan Schmid. Uma mulher (Novákova) se divide entre o marido, Josef (Novak) e o amante (Schmid). Ainda que por vezes sua falta de qualquer concessão a uma narrativa mais ortodoxa provoque uma nostalgia do cinema clássico e seu insistente mosaico de situações dispares acabe por privilegiar mais as partes que o todo, é inegável o talento criativo de Chytilová. Sua música minimalista (antecipadora, ao menos no prólogo, do Philip Glass em Koyaanisqatsi ), narrativa fragmentada, a voz infantil da protagonista e as interpretações não naturalistas criam uma atmosfera surreal e onírica de conto de fadas (algumas vezes evoc

Filme do Dia: O Ébrio (1946), Gilda de Abreu

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O  Ébrio (Brasil, 1946). Direção: Gilda de Abreu. Rot. Adaptado: Gilda de Abreu, a partir da peça de Vicente Celestino. Fotografia e Montagem: Afrodísio de Castro. Música: Vicente Celestino. Cenografia: Lazlo Meitner. Figurinos: Ana Laura & Lilá. Com: Vicente Celestino, Alice Archambeau, Rodolfo Arena, Victor Drummond, Manoel Vieira, Walter D´Ávila, Júlia Dias, Arlete Lester. Gilberto Silva (Celestino) é um homem que tenta a sorte sem sucesso na cidade. Abandonado por todos vagueia pelas ruas até conseguir guarida de um padre (Drummond). Tentando ajudar o padre a comprar um vitral para a igreja, inscreve-se em um concurso de calouros e ganha. Torna-se ídolo do rádio e consegue concluir seu curso de medicina.  Gilberto se sente atraído por Marieta (Archembeau), ambiciosa enfermeira. Casados e vivendo em uma mansão, Gilberto terá que lidar com sua família de oportunistas, entre os quais o primo José (Arena), que o trai com Marieta. Forjada uma situação de adultério por parte