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The Film Handbook #10: Clint Eastwood

Clint Eastwood Nascimento: 31/05/1930, San Francisco, Califórnia Carreira (como diretor): 1971- Por muitos anos Clint Eastwood Jr. tem sido uma das estrelas mais populares do mundo nas bilheterias. Entretanto, ele também se firmou como um talento, ainda que errático, como diretor, alternando entre projetos  ambiciosos e aparentemente pessoais e produções de maior apelo comercial. Eastwood se tornou inicialmente famoso como Rawdy Yates na série de western de TV Rawhide ; sua imagem de durão, lacônico e calmo deriva de seu trabalhos nos westerns com títulos de "dólares" de Leone , enquanto para Siegel viveu policiais ( Meu Nome é Coogan / Coogan's Bluff , Dirty Harry ) e heróis do western ( Os Abutres Tem Fome / Two Mules for Sister Sara , O Estranho Que Nós Amamaos / The Beguiled ) tem sua vida atrapalhada pela burocracia e mulheres desonestas. Ele estava ansioso para dirigir, no entanto, e seus primeiros dois filmes foram realizados no estilo de Siegel e Leone. Bem

Filme do Dia: Agonia e Glória (1980), Samuel Füller

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Agonia e Glória (The Big Red One, EUA, 1980) Direção e Rot.Original: Samuel Füller. Fotografia: Adam Greenberg. Música: Dana Kaproff. Montagem: Martin Tubor. Com: Lee Marvin , Mark Hamill, Robert Carradine, Bobby  di Cicco, Kelly Ward, Stephane Audran.           Pelotão do exército aliado enfrenta a Segunda Guerra Mundial do norte africano, onde são acuados pelo exército de Rommel e batem em retirada até a Alemanha, libertando prisioneiros do campo de concentração nazista. No ínterim realizam missões em Túnis, Sicília, Normandia, praia de Omaha, Bélgica e Tchecoslováquia. O sargento (Marvin), veterano da I Guerra Mundial reencontra o monumento de Cristo onde havia lutado anteriormente.                 Trazendo recordações de guerra do próprio Füller, o filme passa ao largo de batalhas com grandes efeitos especiais, de grandes malabarismos estéticos (sua narrativa realça sobretudo a história, sendo banal em termos de linguagem cinematográfica) e de uma visão emocional. Se

Filme do Dia: O Grande Ditador (1940), Charles Chaplin

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O Grande Ditador (EUA, 1940). Direção e Rot.Original: Charles Chaplin . Fotografia: Karl Struss & Roland Totheroh. Música: Meredith Wilson & Charles Chaplin. Montagem: Willard Nico. Dir. de arte: J. Russell Spencer. Cenografia: Edward G. Boyle. Figurinos: Ted Tetrick. Com: Charles Chaplin, Paulette Godard, Jack Oakie, Reginald Gardiner, Henry Daniel, Billy Gilbert, Grace Hayle, Maurice Moscovitch. Um barbeiro judeu na Tomânia (Chaplin), amnésico desde a queda de um avião em combate na I Guerra Mundial entra em conflito com soldados judeus, sendo salvo no último minuto pelo oficial tomanês (Gardiner)que ajudou a salvar a vida e despertando a simpatia de outra moradora do gueto, Hannah (Godard). Enquanto isso, o ditador da Tomânia Adenoid Hynkel (Chaplin) promete uma trégua aos judeus se conseguir obter financiamento de um grande banqueiro judeu. Como não consegue, a repressão continua. Hynkel é preso, confundido com o barbeiro, enquanto o barbeiro é recebido com honras e pa

Sharif Dean & Evelyn D'Haese - Do you love me (Tradução)

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Filme do Dia: Who Killed Vincent Chin? (1987), Christine Choy & Renee Tajima-Pena

Who Killed Vincent Chin? (EUA, 1987). Direção: Christine Choy & Renee Tajima-Pena. Fotografia: Kyle Kibbe. O assassinato de Vincent Chin, engenheiro automotivo na cidade de Detroit que foi confundido com japonês e morto com um taco de beisebol por um norte-americano desempregado numa boate, por conta de acreditar que os japoneses haviam sido responsáveis por seu desemprego, devido a concorrência é o tema desse documentário. Talvez o que mais chame a atenção no mesmo, para além do flagrante conservadorismo e mesmo xenofobia da justiça norte-americana, que chega a ser ressaltado a determinado momento por um dos repórteres que cobrem o caso, seja os longos depoimentos que o próprio assassino, ao lado da esposa, concede em sua própria residência. O sofrimento da mãe de Chin, que o adotou aos quatro anos após descobrir que não poderia ter filhos, muitas vezes chega aos limites da impossibilidade de expressão como no momento final, após ter levado o caso a Suprema Corte, onde se cheg

Filme do Dia: Para Sempre Lilya (2002), Lukas Moodyson

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Para Sempre Lilya ( Lilja 4-Ever , Suécia/Dinamarca, 2002). Direção e Rot. Original: Lukas Moodysson. Fotografia: Ulf Brantas. Música: Nathan Larson. Montagem: Michal Leszczylowski, Oleg Morgunov & Bernard Winkler. Dir. de arte: Josefin Asberg. Figurinos: Denise Östholm. Com: Oskana Akinshina, Artyom Bogucharsky, Lyubov Agapova, Liliya Shinkaryova, Elina Benenson, Pavel Ponamaryov, Tomasz Neuman, Anastasyia Bedredinova. Lilja (Akinshina) é uma jovem russa de 16 anos abandonada pela mãe (Agapova), que parte para os EUA com o amante. Desesperada e sem apoio financeiro ou emotivo de mais ninguém, ela passa a dividir o apartamento com o ainda mais jovem Volodja (Bogucharsky), que se torna uma figura de irmão mais jovem. Prostituindo-se para conseguir algum dinheiro, Lilja conhece o jovem Andrei (Ponomaryov), que se diz apaixonado e a convida para viajar com ele para a Suécia. Mesmo triste por deixar Volodja, que se suicida, Lilja parte e vê-se presa de uma quadrilha internacional

Filme do Dia: A Morning Alarm (1896), James H. White

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A Morning Alarm (EUA, 1896). Direção: James H. White. Cerca de uma dúzia de veículos de bombeiros atravessam a imagem sobre galope rápido e diante de uma pequena multidão de curiosos, que avançam ou se retraem ocasionalmente a partir da paroximidade de um novo veículo. É curiosa  a referência, no catálogo da companhia, ao detalhamento na imagem de minúcias como a estupefação dos que assistem a ação, no sentido de que para um olhar posteriormente acostumado a um sistema de decupagem das imagens, fica patente o oposto, uma imagem fixa e demasiado carregada de informações visuais, ainda que o posicionamento perpendicular da câmera e a filmagem fora de estúdio, mais próximos de uma estética associada aos Irmãos Lumiére que a frontalidade com que são filmadas as atrações em estúdio habitualmente vinculadas à companhia, realce momentaneamente as carruagens que se aproximam mais da lente da câmera. Edison Manufacturing Co. 1 minuto.

Bo Harwood ~ Rainy Fields of Frost & Magic (1976)

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Filme do Dia: Bete Balanço (1984), Lael Rodrigues

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Bete Balanço (Brasil, 1984). Direção: Lael Rodrigues. Rot. Original: Lael Rodrigues & Yoya Wurch. Fotografia: Edgar Moura. Montagem: Lael Rodrigues. Cenografia e Figurinos: Yurika Yamasaki.  Com: Débora Bloch, Lauro Corona, Diogo Vilela, Maria Zilda, Hugo Carvana, Cazuza, Lobão.             Bete (Bloch) há um mês de completar 18 anos, resolve partir de Governador Valadares para tentar a sorte no Rio de Janeiro, hospedando-se na casa do amigo Paulinho (Vilela). Conhece um fotógrafo (Corona), que a flagrara numa praça onde ocorrera a chacina contra um menor de rua. Com Paulinho, Bete visita o estúdio do novo amigo, onde realiza uma sessão de fotos eróticas. Ao mesmo tempo que se decepciona com o empresário (Carvana) de uma gravadora, que a substitui sem avisar na gravação de uma música, também se frusta ao ver suas fotos estampadas em uma revista erótica. Seu  ex-namorado de Valadares, que afirma que toda sua família já sabe de tudo, pretende levá-la consigo, mas Bete resiste à

Donna Summer - Could It Be Magic (1976)

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Filme do Dia: Amores Imaginários (2010), Xavier Dolan

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Amores Imaginários ( Les Amours Imaginaires , Canadá, 2011). Direção, Rot. Original, Montagem e Figurinos: Xavier Dolan. Fotografia: Stéphanie Anne Weber Biron.Com: Monia Chokri, Xavier Dolan, Niels Schneider, Anne Dorval, Anthony Huneault, Patricia Tulasne, Jody Hargreaves, Clara Palardy.         Marie (Chokri) e Francis (Dolan) se apaixonam perdidamente por Nicolas (Schneider) ao mesmo tempo. O resultado é a crianção de diversas expectativas amorosas por parte de ambos, quando Nicolas os convida para saírem ou dormirem a três. Após muito tempo de indecisão e sofrimento revelam sua paixão por Nicolas e recebem não mais que o desinteresse do mesmo. Um ano após, refeitos da frustração, Marie e Francis voltam a se interessar por outro homem atraente em uma festa.        Além de ter que lidar com a expectativa do primeiro filme após sua sobrevalorizada estreia com Eu Matei Minha Mãe , de fato mais interessante, esse filme de Dolan acaba sendo prejudicado por um roteiro que mais ca

The Film Handbook #9: Philip Kaufman

Philip Kaufman Nascimento: 23/10/1936, Chicago, EUA Carreira: 1963- Embora seja difícil defender a existência de qualquer consistência estilística ou temática nos filmes de Philip Kaufman, seu grande ecletismo torna-o um dos mais intrigantes realizadores norte-americanos dos últimos anos. Sua originalidade reside na natureza peculiarmente adulta de seus projetos e sua aproximação oblíqua dos gêneros. Após estudar direito e fonoaudiologia na Europa, Kaufman retornou a Chicago para realizar dois filmes independentes de baixo orçamento, o premiado em Cannes Goldenstein  (uma parábola surreal e episódica sobre um profeta não reconhecido de Chicago) e Frank's Greatest Adventure ( Fearless Frank ), sátira sobre política e criminalidade urbana. Porém Hollywood acenou para ele e, em 1972, Kaufman realizou Sem Lei e Sem Esperança  ( The Great Northfield Minnesota Raid )> 1 , um engenhoso e desmistificador western, retratando o herói popular fora-da-lei Jesse James como psicopata mí

pholhas - my mistake

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The Poet’s Keeper - Rereading Eileen Simpson’s ‘Poets in Their Youth’

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W. H. Auden said that a great book reads  you . Eileen Simpson’s beautiful, recently reissued memoir of her doomed marriage to the poet John Berryman, “Poets in Their Youth” (1982), read me twice, just a few weeks ago and about 30 or so years before that, when I was in my early 20s. I might well have been two different people. Back when I was green and carefree — to borrow a phrase from Dylan Thomas, who makes several appearances in the book — I was in awe of Simpson’s poets. Berryman numbered among his most intimate friends Delmore Schwartz, Robert Lowell and Randall Jarrell. I was convinced these figures were heroes of modern life. “What the hell is happiness?” Simpson quotes Berryman saying to her “with a happy laugh” when they had been married just a short time. Then, she writes, he asks “more uneasily, ‘Should a poet seek it?’” I thought that was a question worth pondering. I grew older, bade farewell to the romantic notion of the accursed genius at war with society, and

Filme do Dia: Nascidos em Bordéis (2004), Zana Briski & Ross Kauffman

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Nascidos em Bordéis ( Born into Brothels: Calcutta’s Red Light Kids , Índia/EUA, 2004). Direção e Rot. Original: Zana Briski & Ross Kauffman. Fotografia: Zana Briski. Música: John McDowell. Montagem: Nancy Baker & Ross Kauffman. Documentário que se detém sobre a realidade sofrida de crianças filhas de mães prostitutas no discriminado distrito da Luz Vermelha em Calcutá. O propósito de suas realizadoras é o de retirar essas crianças do ambiente familiar problemático em que nasceram e vivem. Tal propósito é ainda mais acentuado depois que ela consegue descobrir o talento das crianças, despertadas pelo curso de fotografia ministrado por Kauffman. A uma delas, de talento incomum, é prometida um curso em Amsterdã. Para um grupo de outras crianças, a possibilidade de estudarem numa instituição de padrões disciplinares rígidos em que somente poderão encontrar suas famílias uma vez por mês. Longe de ser estilisticamente estimulante, o documentário se apropria da leveza do material

Filme do Dia: Der neue Schreibtisch (1913), Karl Valentin

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Der Neue Schreibtisch (Alemanha, 1913). Direção: Karl Valentin. Com: Karl Valentin. O mais famoso ator cômico alemão dos anos 20 e 30 estréia aqui numa carreira como diretor que acabaria não levando para frente – dirigiria apenas dois outros filmes no mesmo ano. O tema, apesar de aparentemente ser bastante semelhante com as comédias associadas ao “primeiro cinema” apresenta um ritmo diferenciado e centrado em um único motivo: a nova escrivaninha recebida pelo ilustre secretário. Valentin evidentemente faz mofa dos burocratas alemães apresentando um empedernido e desajeitado protagonista, vivido por ele próprio, que chega a serrar as pernas da escrivaninha que estava muito além de sua altura até torná-la ao rés do chão, tendo que ficar corcunda para nela conseguir escrever. Há um evidente trabalho de composição gráfica dos elementos descritos, sendo o seu próprio corpo, contrastado ao início com um anão que faz a entrega, e as acrobacias que faz para se ajustar ao mobiliário dignos
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Filme do Dia: The Land Beyond the Sunset (1912), Harold M. Shaw

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The Land Beyond the Sunset (EUA, 1912). Direção: Harold M. Shaw. Rot. Original: Dorothy G. Shore. Com: Martin Fuller, Mrs. William Bechtel, Walter Edwin, Ethel Jewett, Elizabeth Millner, Gladys Du Pell, Margery Bonney Erskine, Bigelow Cooper. O garoto jornaleiro Joe (Fuller) que vive em um quarto de cortiço sendo explorado por uma cruel avó (Bechtel) descobre e se encanta com um novo mundo a partir de um piquenique organizado por uma associação caritativa, na qual escuta a história de um garoto que era maltratado por uma bruxa, mas que se acabou libertando pela intervenção de fadas e se dirigindo para a terra  além do crepúsculo. Joe se afasta do grupo e encontra uma canoa à beira da praia, na qual busca a sua terra para além do crepúsculo. Soberbamente fotografado e com notável uso da profundidade não só de campo como de foco esse filme de Shaw, que não teve seu nome creditado ao contrário da roteirista, foi produzido com intuito institucional de divulgar o trabalho de uma orga